terça-feira, 26 de junho de 2012

LASERTERAPIA ALIVIA DORES E AFTAS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS


O tratamento realizado por dentistas, mas ainda desconhecido por pacientes, ajuda a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia e garante melhor qualidade de vida aos pacientes de câncer. O método tem efeito analgésico imediato e redução no tempo de cicatrização.

A odontologia avançada tem permitido aos dentistas não apenas detectar precocemente alguns tipos de câncer que se manifestam na boca, como também auxiliar no alívio da dor e no controle de efeitos cola-
terais da quimioterapia e da radioterapia. O tratamento, embora com efi cácia comprovada na literatura internacional, ainda é desconhecido por muitos pacientes oncológicos. Prova disso é que, embora a Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic ofereça esse serviço desde 2008, apenas 20 pacientes foram submetidos à laserterapia até hoje.

A laserterapia consiste basicamente na aplicação de laser nas úlceras, edemas, infl amações e hemorragias decorrentes da radioterapia e quimioterapia. De acordo com levantamento realizado pelos professores dos cursos de Especialização e Capacitação em Laser da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, cerca de 40% dos pacientes submetidos à quimioterapia e 100% dos que recebem radioterapia de cabeça e pescoço desenvolvem a mucosite oral (aftas na boca), manifestada na forma de edema, sangramento e eritema (inflamação) na cavidade bucal. Essas úlceras praticamente impedem a boa alimentação do paciente
devido à dor que o paciente sente ao ter contato com o alimento ou bebidas.

“A Laserterapia alivia a dor e melhora a qualidade de vida do paciente ao permitir que ele passe a se alimentar mais adequadamente, tenha um aumento na salivação e melhore o paladar, ajudando em sua recuperação. A intensidade da dor é variável em cada paciente, mas, de maneira geral, essas úlceras (aftas) comprometem a mastigação de alimentos, levando, muitas vezes, à alimentação por sonda, e difi cultam até a fala”, explica Daiane Thais Meneguzzo, coordenadora dos cursos de Especialização e Capacitação em Laser da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, de Campinas.
Segundo a especialista, a intensidade da mucositepode ser um fator limitante, obrigando até mesmo a interrupção do tratamento oncológico e difcultando o controle da doença. Os tratamentos convencionais são paliativos e de eficácia bastante inferior aos benefícios alcançados pela laserterapia.
“A luz laser de baixa intensidade atua de forma indolor, alivia a dor e não apenas promove a aceleração da cicatrização das úlceras como, ainda, previne futuros episódios de mucosite oral”, explica.

Avaliação bucal
Daiane orienta os pacientes que serão submetidos ao tratamento oncológico para que consultem um cirurgião-dentista antes do início da quimioterapia ou da radioterapia para a avaliação da sua saúde bucal, visando, no caso do aparecimento da mucosite oral, a utilização da laserterapia para o tratamento ou prevenção de lesões.

De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer -, o Brasil deve registrar 489.270 novos casos de câncer neste ano, sendo 236.240 casos novos para o sexo masculino e 253.030 para sexo feminino. As neoplasias (tumores) malignas constituem-se a segunda causa de morte na população brasileira, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida.

A laserterapia vem sendo realizada desde 2008 pelo Centro de Tratamento de Doenças da Boca da Faculdade da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas. Nesse período, somente 20 pacientes
procuraram esta modalidade de tratamento. O atendimento gratuito é feito aos pacientes que procuram pela faculdade, são encaminhados por profissionais ou que já estão em tratamento na própria faculdade. Para o atendimento é necessário o agendamento por meio do telefone (19) 3211-3700, de segunda a sexta, das 8h às 18h.

Fonte: Jornal Câncer Hoje nr. 80 http://www.sbcancer.org.br/home2/site/index.php?option=com_remository&Itemid=135&func=startdown&id=15

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