quarta-feira, 29 de junho de 2016

Trabalhar demais aumenta o risco de câncer – e as mulheres são as mais afetadas

uem trabalha demais pode estar encurtando os próprios dias. Rotina estressante, agenda cheia e pouco descanso não estão entre as recomendações médicas de quem quer uma vida saudável. Um novo estudo descobriu que jornadas de trabalho maiores que 40 horas podem ser fatais para a saúde, especialmente para as mulheres.

Pesquisadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e da Mayo Clinic queriam saber quais são os efeitos para a saúde daquelas horinhas extras no escritório. Eles analisaram os dados do Censo Nacional da Juventude (National Longitudinal Survey Of Youth) de 7.492 homens e mulheres e seus históricos médicos durante 32 anos.

O estudo foi focado na relação entre jornada de trabalho dessas pessoas e incidência de oito doenças crônicas: câncer (exceto câncer de pele), artrite ou reumatismo, diabetes, doenças pulmonares, depressão, doenças cardíacas e hipertensão.

Mais da metade deles trabalhou entre 41 e 50 horas por semana, 13% tinha uma jornada semanal de 51 a 60 horas, 3% ultrapassava as 60 horas - apenas um pequeno grupo trabalhava por, no máximo, 40 horas.

O resultado da pesquisa foi categórico: trabalhar demais eleva as chances de desenvolver doenças crônicas - e os ficaram mais horas no trampo tiveram as piores previsões. Quem extrapolou as 51 horas semanais no escritório tem mais risco de sofrer de câncer e doenças cardíacas que aqueles que foram para casa mais cedo. A possibilidade de desenvolver artrite e diabetes também aumenta para aqueles que trabalharam mais de 40 horas por semana.
O estudo é ainda mais alarmante para as mulheres. Os cientistas notaram que as longas horas de labuta afetam ainda mais a saúde delas: as que trabalharam mais de 60 horas por semana triplicaram as chances de ter diabetes, câncer, doenças do coração e artrite. E as que mulheres que passaram entre 51 e 60 horas no emprego aumentaram os riscos de desenvolver hipertensão e asma.

Antes que alguém atire a pedra de que "as mulheres são o sexo frágil", a explicação para essa diferença entre os gêneros é bastante simples: a jornada de trabalho feminina não termina quando acaba. Inclusive os pesquisadores levam isso em consideração no estudo. Grande parte das mulheres não para de trabalhar quando sai do escritório. Elas têm muito a ser feito para equilibrar vida pessoal, família, filhos, casa com a carreira. Como se isso não fosse o bastante, elas sentem mais pressão por ter que superar questões sexistas no ambiente de trabalho.

O professor da Universidade de Ohio, Allard Dembe, acredita que as empresas e os órgãos reguladores do governo devem estar cientes desses grandes riscos, principalmente porque as despesas médicas diminuem e a qualidade aumenta quando os empregados estão saudáveis. "Mais flexibilidade, acompanhamento médico e suporte da empresa podem ser um caminho para reduzir as chances de os trabalhadores ficarem doentes ou morrerem de doenças crônicas", afirma.

Mais uma boa razão para pedir uma folga.

Fonte: Super Interessante in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/trabalhar-demais-aumenta-o-risco-de-cancer-%E2%80%93-e-as-mulheres-sao-as-mais-afetadas/9558/7/ acesso em 29.06.16

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Como a atividade física pode ser uma aliada no tratamento do câncer

A ciência já demonstrou, em diversos estudos, que o sedentarismo e a obesidade contribuem para o desenvolvimento de tumores. Embora o mecanismo não esteja totalmente descrito, a combinação dessas duas características é considerada fator de risco para o câncer de mama, de endométrio e de próstata, por exemplo.
Também há pesquisas que demonstraram ser o exercício um elemento chave para prevenir o surgimento de neoplasias. Ainda, outros estudos mostram que a a atividade física melhora a qualidade de vida de pacientes.  Com tantas evidências, só faltava a ciência olhar mais de perto um aspecto: se o exercício pode ter impacto em quem já foi acometido pela doença. É exatamente isso que um extenso estudo da Universidade de Montreal quer entender.
O urologista e oncologista Fred Saad, que é pesquisador do Centro de Pesquisa em Oncologia da Universidade de Montreal, quer entender se a prática de atividade física exerce uma influência direta no câncer de próstata –a ponto de ser tão efetiva quanto o tratamento medicamentoso. 

No consultório, Saad já vê que pacientes com metástase, por exemplo, tendem a ficar sedentários. Segundo ele, também é conhecido que o sedentarismo tende a afetar a progressão do câncer.  

O Dr. Saad irá coordenar um estudo internacional para medir essa relação. Cerca de 60 hospitais no mundo inteiro vão começar a recrutar pacientes nas próximas semanas. Aproximadamente 900 homens com câncer de próstata avançado vão participar do estudo.
Todos os envolvidos vão receber o que de mais avançado há para o tratamento do câncer. E, assim, vão continuar com a terapia convencional medicamentosa. A diferença é que metade deles vai seguir recomendações para a prática de exercícios físicos e a outra será orientada a praticar um outro programa de atividade, com base em treinamento intenso de curta duração.
Para entender os efeitos da atividade, amostras de sangue e de biópsias de músculos serão coletadas dos participantes.

De que maneira os exercícios podem ajudar?

A hipótese por trás do estudo é que a atividade física pode ter um impacto direto no câncer. Segundo especialistas, pacientes com câncer tendem a ter uma série de problemas associados à metástase –como fraturas e dores crônicas e é esperado que o exercício vai fortalecer ossos e músculos.
Link curto: http://brasileiros.com.br/5wPRW
http://brasileiros.com.br/2016/06/como-atividade-fisica-pode-ser-uma-aliada-no-tratamento-cancer/ 
acesso em 27.06.16

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Azeite e micobacteria melhora tratamento de câncer de bexiga

Pesquisadores espanhóis descobriram que utilizar uma emulsão de azeite de oliva para administrar a micobacteria M. brumae melhorar o tratamento do câncer de bexiga.

A pesquisa, testada em ratos e publicada na revista Scientific Reports , do grupo Nature, foi dirigida pela professora Esther Julián, do Departamento de Genética e Microbiologia da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Já no ano passado, Esther anunciou a descoberta de que as células de Mycobacterium brumae oferecem uma alternativa que melhora os tratamentos atuais para o câncer de bexiga, como o BCG (imunoterapia baseada no Mycobacterium bovis), que pode causar infecções.

Desde então, a pesquisadora e sua equipe buscaram uma maneira de melhorar a atividade imunoterapêutica de M. brumae mediante o projeto de emulsões que possam aumentar a homogeneidade e a estabilidade das soluções da micobacteria e, portanto, sua eficácia quando introduzidas ao corpo.

Os pesquisadores encontraram a maneira de reduzir os grumos que se produzem de maneira natural quando as células de micobacterias, com um alto conteúdo de lipídios em suas paredes, se introduzem dentro das soluções aquosas utilizadas geralmente para a instilação intravesical - a aplicação direta do remédio com conta-gotas - nos pacientes de câncer de bexiga. Esta formação de grumos pode interferir na interação entre as células micobacterianas e as células do organismo, e diminuir os efeitos antitumoral.

Segundo explicou Esther, de todas as possibilidades analisadas, uma emulsão baseada em azeite de oliva foi a solução que induziu uma resposta imune melhor tanto nos experimentos in vitro quanto in vivo, com ratos modelo da doença.

O azeite de oliva preserva a viabilidade da micobacteria, evita a formação de grumos e proporciona assim umas condições favoráveis para que chegue à bexiga.

"Estes resultados destacam o potencial da emulsão baseada em azeite de oliva como um veículo muito promissor para a administração do tratamento de câncer de bexiga com micobacterias", disse Esther.

Fonte: Terra
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/azeite-e-micobacteria-melhora-tratamento-de-cancer-de-bexiga/9533/7/ acesso em 24.06.16

quarta-feira, 22 de junho de 2016

TRATAMENTOS EXPERIMENTAIS - PESQUISA CLÍNICA

Quem é paciente oncológico pode ficar atento às pesquisas clínicas que estão ocorrendo nos grandes centros de pesquisa do país. Tal modelo é uma oportunidade de o paciente ter acesso a tratamentos inovadores, já que inclui drogas que tiveram êxito no exteriores mas ainda não estão disponíveis no país.
As informações obtidas ao final do estudo também podem, no futuro, beneficiar outros pacientes com tratamentos mais eficazes. Estudos independentes já demonstraram que participantes de pesquisas clínicas podem ter maior probabilidade de sobrevida em relação aos que não têm essa oportunidade.
Mas como ter acesso a essas pesquisas? Uma dica interessante é entrar no site clinicaltrials.gov e escrever em inglês o nome da doença que deseja procurar juntamente com o nome da cidade. Por exemplo: “breast cancer” (câncer de mama) “são paulo”. Todos os estudos disponíveis e que estarão recrutando pacientes aparecerão na tela, juntamente com as devidas informações de como entrar em contato, o tempo de duração do estudo e outros critérios.
As pesquisas clínicas são bastante específicas, muitas vezes incluem critérios mais detalhados do que somente o tipo de câncer. Um estudo pode estar recrutando, por exemplo, pacientes de câncer de fígado, mas somente o que já fizeram quimioterapia e não obtiveram um bom resultado. “O Centro de pesquisa clínica do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) está com vários estudos abertos. O paciente não precisa estar em tratamento no hospital para participar. É livre e totalmente gratuito. Basta entrar em contato e o perfil do paciente será analisado, pois não são todos que podem participar. Por exemplo, pacientes com problemas cardíacos possuem algumas restrições”, explica a enfermeira Fernanda Longo, responsável pela área de pesquisa clínica da instituição.
Por serem específicos, é possível que você não encontre um que sirva para você no momento. Se você encontrar alguma pesquisa disponível na sua região, converse com seu oncologista sobre a possibilidade de participar dessas pesquisas.
Fonte: http://www.vencerocancer.org.br/ciencia/estudos-clinicos/pesquisa-clinica-uma-maneira-de-se-tratar-de-graca-com-tratamentos-promissores/ acesso em 22.06.16

segunda-feira, 20 de junho de 2016

PACIENTES ONCOLÓGICOS DEVEM IR AO DENTISTA ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO

pós o diagnóstico de um câncer, o paciente oncológico precisa se preocupar com diversas questões que vão desde o tipo de tratamento, gastos que vai ter, quanto tempo vai demorar etc. Um ponto que muita gente esquece é a importância de consultar um dentista antes de iniciar os procedimentos.
Em entrevista ao Vencer o Câncer, o dentista Luis Marcelo Sêneda, responsável pelo departamento de Medicina Bucal do Hospital São José – Beneficência Portuguesa, explica que a recomendação de fazer uma avaliação odontológica serve para todo paciente oncológico, não somente aqueles com tumores de cabeça e pescoço.
Consulta pré-tratamento
A boca pode ser uma fonte rica em bactérias que são especialmente perigosas para quem vai entrar em tratamento contra o câncer.
“Nós, primeiramente, procuramos um possível foco de infecção, que pode ser uma doença periodontal (doença da gengiva e de todos os tecidos que dão suporte ao dente) ou cáries muito profundas. Também verificamos dentes com mobilidades e que precisam ser removidos antes de iniciar o tratamento oncológico. Isso é de extrema importância, pois os pacientes que fazem uso de quimioterápicos ficam com o sistema imunológico mais debilitado. Então uma doença periodontal, por exemplo, que estava lá crônica e a pessoa nem sabia que tinha, pode se agudizar e virar um grande problema.”
Efeitos da quimioterapia 
“Algumas drogas têm a capacidade de afetar a mucosa da boca causando inflamações e feridas semelhantes a aftas, mas que são chamadas de mucosites. Muitas vezes o paciente está debilitado e ele não consegue comer por causa da mucosite, porque sente muita dor. A mucosa é uma proteção, uma barreira protetora, e quando temos a quebra dessa barreira, há maior risco de infecção por agentes oportunistas. Por isso, na fase de imunossupressão, elas têm maior probabilidade de acontecer”, adverte o dentista.
Uma das formas de prevenção da mucosite é a laserterapia de baixa intensidade. O laser é um bioestimulador que auxilia na redução do processo inflamatório, modula a dor e auxilia no processo de reparo do tecido lesado. É importante conversar com seu oncologista sobre essa possibilidade.
Boca seca durante o tratamento
Muitas vezes, o paciente em tratamento oncológico precisa tomar remédios para dor (opiáceos) e antidepressivos. Alguns ainda tomam outros medicamentos porque possuem outras doenças associadas, como pressão alta, diabetes e doença renal. Por conta disso, é extremamente comum surgir um quadro de boca seca (xerostomia).
“O meio bucal é concebido para estar úmido, não seco. Para aliviar esse sintoma, existem atualmente lubrificantes orais que servem tanto para repor quanto para melhorar a lubrificação da boca. Eles estão disponíveis na forma de gel, spray ou manipulado. A saliva não é só um lubrificante bucal, ela promove a auto-higiene dos dentes. O paciente com boca seca tem mais placas bacterianas, que acumula mais agentes ofensivos e produz mais toxinas, aumentando o risco da mucosite, uma das complicações bucais mais comuns durante o tratamento oncológico”. 
Efeitos da Radioterapia
“Pacientes com câncer na região da cabeça e pescoço e que são submetidos a radioterapia precisam de cuidados maiores, porque ele vai produzir menos saliva. Além disso, como é justamente a região que inclui a boca a ser irradiada, há riscos de desenvolver um tipo de cárie com um efeito colateral tardio, denominada cárie de radiação. Atualmente você vê menos do que há alguns, por conta das radioterapias com intensidade modulada, mas ainda assim é preciso muita atenção. Esse tipo de cárie, que atinge a porção entre dentes e gengivas, se desenvolve muito rapidamente e há um enorme risco de o paciente acabar perdendo o dente.” 
Recomendações a serem seguidas durante o tratamento do câncer:
  • Escovar os dentes com pasta contendo flúor.
  • Passar fio dental suavemente.
  • Fazer gargarejos com bicarbonato de sódio.
  • Remover a dentadura e fazer sua limpeza adequadamente.
  • Escolher alimentos que exijam pouca ou nenhuma mastigação.
  • Evitar alimentos ácidos, picantes, salgados e secos.
Fonte: http://www.vencerocancer.org.br/cancer/tratamento/pacientes-oncologicos-devem-ir-ao-dentista-antes-de-iniciar-tratamento/ acesso em 20.06.16

sábado, 18 de junho de 2016

Arte faz bem para a Saúde: Lagoa Voluntário promove atividades de humanização no HFL

Em uma manhã chuvosa de quinta-feira, o clima estava quente no Hospital Federal da Lagoa (HFL). O balanço das composições de Tim Maia, aquecia a alma, aliviava as dores e estimulava sorrisos em um lugar quase sempre associado ao sofrimento. Um cortejo musical comandado por uma garotada sorridente - alunos do projeto de extensão Hospital como Universo Cênico, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) – circulava pelo hospital levando música, teatro, alegria e um pouco de alívio para a difícil rotina daqueles que lutam para recuperar a saúde.
Pelo caminho, o grupo canta, representa, conta histórias, faz piadas, chama para dançar e simula ‘exames’ e dá ‘diagnósticos’. Em comum, a boa receptividade nos corredores, enfermarias e salas de procedimentos. Entre uma plateia diversificada de crianças, jovens, adultos, idosos, tímidos e extrovertidos, os artistas muitas vezes se deparam com o desabafo: “estou em tratamento há anos, meu olho direito, meu lado direito não funcionam”, diz uma paciente da quimioterapia. Em troca, recebe música, carinho e o ‘diagnóstico’: ‘Os grandes feitos são conseguidos não pela força, mas pela perseverança’.
 “No nosso projeto, os artistas vêm com o rosto sem pintura, não tem um personagem, não tem caracterização, a abordagem é inter-relacional, é olho no olho, direta, em que a gente chega muito exposto”, explica Miguel Vellinho, coordenador do projeto da Escola de Teatro da UNIRIO. Apesar dos momentos difíceis, ele garante que o grupo tem uma recepção sempre afetiva e calorosa, seja de crianças, adultos e pacientes em estado bastante fragilizado. “Agente sai daqui exausto, mas uma exaustão completamente diferente da que a gente conhece”. Para os pacientes, a passagem do cortejo leva distração, alegria e esperança.
Intercâmbio
A importância do trabalho do grupo, seja para os pacientes, seja para os próprios estudantes, atravessou fronteiras. Na quinta-feira 19/05, a performance dos alunos da UNIRIO foi acompanhada por uma turma de teatro da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que mantém um intercâmbio acadêmico e artístico com a instituição de ensino brasileira. Os estudantes americanos que fazem parte do programa ‘Prison Creative Arts Projects’, coordenado pela professora Ashley Lucas, visitaram corredores e enfermarias e puderam vivenciar a interatividade entre artista e paciente num ambiente hospitalar. 
Apesar de atuarem em áreas diferentes – os americanos promovem workshops de atividades artísticas com detentos adultos e jovens e ex-prisioneiros - a professora Lucas vê um ponto em comum entre as duas iniciativas. “É um trabalho muito diferente, mas com espírito similar. Nosso intercâmbio me dá muito alegria, por que não me sinto sozinha no mundo quando estou aqui.”

Lagoa Voluntário
O cortejo artístico das quintas-feiras é apenas um dos projetos promovidos pelo Lagoa Voluntário. O setor, criado em 2005 pela assistente social Sandra Pacheco, atendendo a uma iniciativa da diretora Roberli Bicharra, promove uma variedade de atividades que visam à humanização no atendimento ao paciente e nos processos de trabalho, e de forma extensiva aos funcionários da unidade. Hoje, sob coordenação do médico Paulo Cesar Cerdeira Campos, mestre em Ensino de Biociências e Saúde, pela Fiocruz, com o auxílio da psicóloga Cristiane Albuquerque, o setor reúne cerca de 60 voluntários que atuam desde o acolhimento de pacientes, visitantes e acompanhantes, até a interação de pacientes com animais, como acontece nas sessões de zooterapia com pôneis nos jardins do HFL..
Segundo Cerdeira, o trabalho voluntário no HFL se baseia no tripé espiritualidade, conectividade entre os serviços e o empoderamento do paciente. Nas várias propostas de atenção desenvolvidas pelo ‘Lagoa Voluntário’ há um ponto central: “Empoderar o sujeito, dar ferramentas para que o paciente tenha autonomia para enfrentar a doença e seus percalços. O que oferecemos está fora do receituário médico, não está disponível nas farmácias”, explica o médico.
Um exemplo é a atuação nas salas de espera do ambulatório. Muitas vezes, o paciente abatido por um diagnóstico desfavorável, não está disposto a voltar ao hospital para receber orientações complementares ao tratamento. É aí que surge um dos espaços de atuação do voluntário. Em uma conversa de aconselhamento, com distribuição de folders, o voluntário pode abastecer o paciente com informações valiosas sobre nutrição, direitos e encaminhamento para a Associação Brasileira de Apoio aos pacientes de Câncer (ABRAPAC). Os voluntários também atuam junto aos pacientes internados, como é o caso dos ledores que, segundo Paulo Cerdeira, “entram com a proposta de ler contos, mas que estão disponíveis para ouvir histórias”.

O trabalho do Lagoa Voluntário é alicerçado na vivência dos próprios usuários. As atividades no setor de quimioterapia, por exemplo, foram definidas a partir de rodas de conversa em que os pacientes expressaram suas angústias, incertezas e problemas. O olhar criterioso dos profissionais do HFL também é fonte para novas propostas de atuação, como é o caso da parceria com a Comissão de Infecção Hospitalar, que dá orientações para atividades de prevenção à infecção hospitalar. O setor ainda trabalha em conjunto com o Serviço Social, a Nutrição, a Odontologia e a Oncologia.
Todas essas atividades e parcerias vão ao encontro da Política Nacional de Humanização que em suas diretrizes prega a incorporação do trabalho voluntário como expressão de solidariedade e participação cidadã.
Como ser voluntário no Lagoa
Ser voluntário é compromisso, amparado em lei (Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998). Para atuar, o interessado deve assinar um Termo de Adesão ao Serviço Voluntário. O Lagoa Voluntário capta mão de obra voluntária por meio de parcerias com ONGs, por uma rede de contatos criada no entorno da unidade ou ainda recebe a candidatura de interessados diretamente no hospital ou por e-mail. Todos eles passam por um processo que envolve captação, recepção, pactuação, treinamento e acompanhamento. Hoje, o setor mantém parcerias com a Faculdade de Teatro da UNIRIO, a Associação Brasileira de Apoio aos Pacientes de Câncer, a plataforma social Atados, o Viva-Rio, o projeto Cavaleiros contra o Câncer, o Jockey Club Brasileiro, o Pônei Clube do Brasil, o projeto Cantareiros e o Coral da Igreja Metodista.

Texto e fotos: Cláudia Chagas
http://www.blog.saude.gov.br/geral/51114-arte-faz-bem-para-a-saude-lagoa-voluntario-promove-atividades-de-humanizacao-no-hflhtml.html

A IMPORTÂNCIA DO LAZER PARA O PACIENTE

Em qualquer circunstância, a pessoa que se encontra em tratamento precisa de lazer assim como precisa de alimento. O ser humano necessita sonhar, sorrir, divertir-se, brincar, ter momentos felizes em qualquer circunstância.
Os momentos lúdicos são fundamentais para fortalecer o ser humano.
No momento do adoecimento, quando o indivíduo se fragiliza, o grande desafio é resgatar do seu passado algo que lhe proporcionava bem estar e que possa ser praticado.
Não importa se é ouvir música, cantarolar, desenhar, pintar, escrever, seja qual for a atividade possível será sempre uma terapia, um tônico para o corpo.
Não podemos esquecer que somos um todo complexo constituído de corpo e mente, onde fatos e sentimentos repercutem nesse ser para ajudar ou atrapalhar.
Viver o melhor possível em qualquer circunstância é fundamental!

Sueli Dias

sexta-feira, 17 de junho de 2016

QUEDA DAS UNHAS EM DECORRÊNCIA DA QUIMIOTERAPIA

Um dos possíveis efeitos colaterais de alguns quimioterápicos é a queda das unhas.
Nem sempre ocorre , sempre lembrando que existem diversos medicamentos e só alguns trazem essa consequência.
Um dos cuidados que o paciente deve ter é evitar o contato com produtos químicos e usar luvas para realizar atividades de forma a proteger as unhas de sujeiras e contaminações.
A hidratação é importante e a alimentação.
Mesmo que eles estejam prestes a cair o processo deve seguir seu curso normal, tendo o cuidado de evitar arrancá-las antes do tempo, enganchando em algum objeto.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Consumo de cereais integrais pode aumentar a longevidade

Uma dieta que inclui três porções diárias de cereais integrais pode ajudar as pessoas a viverem mais, inclusive reduzindo taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer, de acordo com um estudo publicado on-line no Circulation, o periódico da Associação Americana do Coração, na segunda-feira.

Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, observaram que o consumo de uma porção diária de 16 gramas de cereais integrais reduzia em 7% o risco de morte em geral, incluindo uma queda de 9% no risco de morte por doença cardíaca e de 5% no risco de morte relacionada ao câncer.

Aumentando o consumo de grãos integrais para três porções diárias, ou 48 gramas, o risco de morte em geral caiu cerca de 20%, incluindo uma diminuição de 25% no risco de morte por doença cardíaca e de 14% no risco de morte associada ao câncer.

Para a pesquisa, os cientistas analisaram os resultados de mais de 12 estudos anteriores realizados entre 1970 e 2010 nos Estados Unidos, no Reino Unido e nos países escandinavos, envolvendo 786.076 homens e mulheres.

"Estes resultados apoiam ainda mais as orientações alimentares atuais, que recomendam pelo menos três porções diárias (ou 48 gramas) de grãos integrais para melhorar a saúde a longo prazo e evitar a morte prematura", disse o autor sênior Qi Sun, do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, em um comunicado.

O pesquisador alertou sobre as dietas populares de baixa ingestão de carboidratos, que ignoram os benefícios dos grãos integrais, dizendo que elas deveriam ser "adotadas com cautela" porque podem estar associadas a um maior risco de doença cardíaca e morte.

Os cereais integrais incluem alimentos como trigo integral, aveia, arroz integral e quinoa. Eles contêm fibras, que podem melhorar os níveis de colesterol e diminuir o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, obesidade e diabetes do tipo dois.

Os grãos integrais também fornecem nutrientes como vitamina B e minerais que são perdidos durante o processo de refino.

A Associação Americana do Coração recomenda uma dieta rica em frutas e legumes, e diz que pelo menos a metade dos grãos ingeridos devem ser integrais.
Entre os participantes dos estudos analisados, houve um total de 97.867 mortes, incluindo 23.597 mortes por doenças cardiovasculares e 37.492 mortes por câncer.

Fonte: Istoé Dinheiro
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/consumo-de-cereais-integrais-pode-aumentar-a-longevidade-/9492/7/

sexta-feira, 10 de junho de 2016

DESPESAS COM TRATAMENTO DE CÂNCER PIORA A SAÚDE MENTAL DOS SOBREVIVENTES, DIZ PESQUISA

Sobreviventes de câncer com problemas financeiros trazidos pelas despesas com o tratamento têm uma piora de sua saúde mental e física, inclusive com tendência à depressão, segundo uma pesquisa divulgada no periódico norte-americano Cancer.
A publicação afirma que há mais de 14 milhões de sobreviventes do câncer nos Estados Unidos, e quase um terço enfrenta problemas com dinheiro por causa dos custos do tratamento.
“Observamos que os sobreviventes de câncer com três problemas financeiros ou mais tinham diferenças significativas em sua saúde física e mental, e eram duas ou três vezes mais propensos a ter humor deprimido e seis a oito vezes mais propensos a se preocupar com um retorno do câncer”, explicou à Reuters o autor do estudo, Hrishikesh P. Kale, da Universidade Virginia Commonwealth, em Richmond.
Esse “fardo financeiro” vem do custo alto com o tratamento, especialmente com os remédios especializados, afirma o pesquisador Norman V. Carroll, também da Universidade Virginia Commonwealth. Segundo ele, o paciente pode gastar centenas de dólares por mês com medicamentos.
Jovens, mulheres, integrantes de minorias raciais ou étnicas e pacientes com poucas chances de sobreviver ao câncer apresentaram mais riscos de lidar com um fardo financeiro.
O estudo consistiu de perguntas sobre a situação financeira, como empréstimos, endividamento, pedidos de falência, sacrifícios financeiros e preocupação com o não pagamento das contas hospitalares; e sobre as condições de vida, físicas e mentais. Foram entrevistadas 1.380 pessoas diagnosticadas com câncer.
Quase 8% dos sobreviventes tinha pego dinheiro emprestado, contraído dívidas ou declarado falência. Uma em cada cinco pessoas (20%) se preocupava com as contas dos hospitais, e uma em cada dez não conseguia cobrir os custos do tratamento.
Segundo Kale, 8% dos sobreviventes de câncer não tinham convênio médico durante o tratamento, e esses tinham o dobro de chances de passar por um fardo financeiro. E mesmo entre os pacientes com o seguro-saúde, 29% disseram ter esse fardo associado ao câncer.
Kale diz que seu estudo não analisou se os sobreviventes puderam retornar ao trabalho, mas pesquisadores poderão fazer isso no futuro e estudar qual a produtividade desses pacientes no emprego.
“Sobreviventes do câncer precisam se informar em relação a problemas trazidos pelo câncer, inclusive quanto à cobertura de seus planos de saúde e a organizações que dão assistência financeira”, afirma. “Além disso, programas de cuidados desses sobreviventes de câncer podem identificar os pacientes com grandes fardos financeiros e ajuda-los a lidar com estresse, ansiedade e depressão”, acrescenta.
O pesquisador Scott D. Ramsey, que não fez parte do estudo e é diretor do Instituto Hutchinson, acrescenta que a perda de habilidade para trabalhar, os custos com o transporte para se obter tratamento, e a perda de renda de um dos integrantes do casal por conta de afastamento do trabalho para cuidar do(a) companheiro(a) também podem contribuir para essa piora da saúde mental e física. E se a vítima do câncer perder o emprego e o seguro de saúde durante o tratamento, a situação fica ainda pior, ele diz à Reuters. 

Ramsey diz que sua equipe recomenda a contratação de um consultor financeiro ou de uma assistência para esses assuntos. “Alguns centros de tratamento de câncer estão começando a oferecer esse serviço, mas ainda é raro.”
Reshma Jagsi, da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, diz que as descobertas do estudo liderado por Kale são consistentes com outras pesquisadas desenvolvidas nos últimos anos.
Jagsi conduziu um outro estudo, que trouxe informações complementares para o assunto. Segundo ele, apesar de muitos dos sobreviventes poderem voltar a trabalhar, uma minoria substancial de pacientes chega a perder o emprego e não consegue encontrar outra oportunidade de trabalho.
Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2016/03/17/despesas-tratamento-cancer-saude-mental_n_9485458.html acesso em 10.06.16 às 08:14 hs

quarta-feira, 8 de junho de 2016

CAFÉ COM AMOR

Dia 07.06.16 foi dia de café com amor. Equipe do Grupo Se Toque esteve pela manhã na Unidade de Quimioterapia do SUS para levar sua acolhida a pacientes e acompanhantes.

Hora do cházinho...






Momento do cafezinho...



Momento da oração



Preparação para distribuição do bolo ...



Pausa para descontração em ritmo de festa junina...






OS PODERES E BENEFÍCIOS DA SALSA

A salsa, um condimento tonificante inesperado

image: http://pt.petitchef.com/imgupl/article-chapter/sm-2404.jpg
A salsa, um condimento tonificante inesperadoPara atenuar as baixas de energia, nada melhor que a salsaplanta aromática rica em ferro, em beta-caroteno (antioxidante protetor das células) e em vitamina C100 gr de salsa por dia traz ao corpo 5 mg de ferro, equivalente a mais de metade das necessidades diárias a partir dos 50 anos de idade.


Read more at http://pt.petitchef.com/artigos/receitas/6-alimentos-anti-cansaco-para-se-encher-de-energia-aid-1344#AKfz5ODIqAhOb7WL.99


Benefícios da salsa

Reunimos, a seguir, 18 benefícios da salsa, mas certamente há muitos mais, principalmente na sabedoria popular, que esconde receitas incríveis com resultados assertivos.
  1. Diurética, ajuda a eliminar a retenção de líquidos (edema) no organismo;
  2. Propriedades antiinflamatórias;
  3. Controlar o açúcar no sangue;
  4. Impede a formação de coágulos, evitando derrames;
  5. Atua no combate a anemia;
  6. Reduz a pressão arterial;
  7. Ajuda na digestão dos alimentos, eliminando distúrbios alimentares;
  8. Alivia constipação instestinal e flatulência;
  9. Auxilia nos processos de inflamações hepáticas;
  10. Auxilia nos processos de inflamações de trato urinário;
  11. Alivia asma;
  12. Ajuda a expelir pedras renais (nefrolitíase);
  13. Combate icterícia;
  14. Diretamente sobre a pele ajuda a fechar rachaduras;
  15. Alivia coceira por picadas de insetos quando colocada “in natura” sobre o local afetado;
  16. Apresenta bons resultados no combate à artrite;
  17. Desintoxicante quando adicionada a sucos;
  18. Ação rejuvenescedora. Saiba mais sobre isso a seguir.

    Suco rejuvenescedor de salsinha

    Entre os benefícios da salsa, um deles é seu poder embelezador.
    Esse suco é ótimo para dar um upgrade à pele, unhas e cabelos, sendo que seu principal componente é a clorofila da salsinha.
    Se a salsinha puder ser colhida na hora de fazer o suco, essa clorofila estará 100% preservada, mantendo todas as propriedades e óleos essências intactos.
    A água de coco é um excelente energético, que irá repor sais minerais, trazendo hidratação à pele.
    A laranja contribui com a vitamina C, além de suas propriedades antioxidantes.
    Vamos a ele:
    • 1 copo de água de coco;
    • 1 laranja;
    • ½ xícara de salsinha;
    • Gelo.
    Bata todos esses ingredientes no liquidificador e tome imediatamente.Os resultados aparecerão em pouco tempo se ingerido diariamente, ao menos um copo.

    Contraindicações da salsa

    Embora as propriedades da salsa sejam indiscutíveis, alguns casos adversos ao seu consumo poderão ocorrer, como por exemplo:
    • Ela pode estimular a menstruação, portanto, deve ser evitada por mulheres que já apresentam ciclos intensos, como também nos quadros hemorrágicos;
    • O excesso de chá de salsa poderá baixar demasiadamente a pressão arterial;
    • Alergias;
    • Os diabéticos devem ter cautela, a salsinha diminui os índices de glicose, o que poderá provocar uma hipoglicemia;
    • Mulheres grávidas devem evitá-la porque pode provocar sangramentos;
    • Doentes renais crônicos, consultem seu médico;
    • O excesso de salsa pode ser abortivo;
    • Em alguns casos, o consumo de salsa poderá diminuir os níveis de glicose no sangue, interferindo no controle do açúcar, por esse motivo, pare de consumir sucos e chás de salsa, pelo menos, nas duas semanas que antecedem uma cirurgia programada.

      Salsinha x Interações medicamentosas

      Os benefícios da salsa são bastante abrangentes, como pudemos ver, porém, isso não significa que possa ser ingerida indiscriminadamente.
      Para os casos em que o uso de salsa é frequente e/ou contínuo, será preciso estar atento às seguintes interações:
      • Varfarina: É um medicamento anticoagulante. Seu uso concomitantemente com suco ou chá de salsinha poderá ter seu efeito prejudicado. Isso se aplica a outros medicamentos com a mesma função.
      • Diuréticos: Pelo fato de uma das propriedades da salsa ser seu efeito diurético, no caso de recomendação médica para uso de medicamentos diuréticos recomenda-se suspender o consumo de salsinha, pois o excesso de perda de líquido poderá causar transtornos como tonturas, baixar excessivamente a pressão arterial, câimbras, entre outros.
      • Aspirina: Quem apresentar propensão alérgica à salsa e tomar aspirina, poderá ter essa sensibilidade aumentada. Na dúvida, evite a salsinha.

        alsinha e cheiro verde são a mesma coisa?

        Muitos confundem. Na prática, o cheiro verde é uma mistura de salsinha e cebolinha (não confundir com cebola).
        Em algumas regiões do país, principalmente no Nordeste, agrega-se a essa mistura o coentro, que também é uma erva aromática, mas, com sabor muito marcante. Portanto, salsinha e cheiro verde não são a mesma coisa.
        Em tempo: salsa e salsinha são a mesma coisa, mas salsinha e salsão são alimentos distintos.
        Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+)
      • http://www.mundoboaforma.com.br/18-beneficios-da-salsa-para-que-serve-e-propriedades/

terça-feira, 7 de junho de 2016

Partida

E quando o nosso dia chega,
assim tão surpreendentemente,
nos deixa desconcertados,
Nunca estamos preparados...
Fica uma mágoa,
um vazio, um frio,
tudo tão sem sentido,
quanto tempo perdido,
Não há mais tempo
para um sorriso,
um conserto,
Tudo desfeito,
Sem jeito
Sem efeito,
Só uma vela,
um sopro frágil,
Indicando o fim.

Sueli

para Eliene

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Como o salmão é 'tingido' de cor-de-rosa no cativeiro

Dizer que o salmão é de cor salmão é uma obviedade – ou não é?
O peixe criado em liberdade de alimenta de crustáceos que vão pigmentando naturalmente a sua carne até chegar à cor entre o alaranjado e o rosa tão particular.
Porém, muitos criadores, para reduzir seus custos, alimentam o salmão com produtos sintéticos que tingem sua carne de forma artificial.
O uso deste corante é inofensivo para a saúde humana, segundo autoridades sanitárias dos EUA e da União Europeia.
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/06/como-o-salmao-e-tingido-de-cor-de-rosa-no-cativeiro.html

domingo, 5 de junho de 2016

A importância da água para a saúde

Considerações sobre a importância da água para a vida
A água é a fonte da vida. Seja no nível das espécies ou no do indivíduo, a vida começa na água. Ao nascermos, 80% do nosso corpo é constituído de água e no cérebro essa proporção pode chegar a 90%! Num certo sentido, o envelhecimento parece ser um processo de “secagem” do organismo porque ao morrermos com idade avançada só 40% dele é água. A água faz mais falta ao organismo que o alimento. Um indivíduo pode sobreviver sem comer por um tempo muito maior do que sem beber água.
Funções orgânicas da água
No organismo, a água é solvente para várias substâncias, principalmente para os sais minerais. Por isso, é mais apropriado falar-se em equilíbrio hidroeletrolítico que simplesmente em equilíbrio hídrico, já que as alterações nas porcentagens da água são correlativas às alterações das concentrações minerais. A circulação, a digestão, a absorção e a excreção de várias substâncias são reguladas pela água. Em constante movimento de absorção e eliminação, ela hidrata, lubrifica estruturas orgânicas, regula a temperatura corporal, faz o transporte de nutrientes, elimina toxinas e repõe energias. Como a água é essencial à vida, quase todas as enfermidades se beneficiam de uma boa hidratação e sofrem os efeitos malévolos de uma hidratação deficiente.
As funções terapêuticas da água
Descontadas as crenças místicas sem bases científicas no poder da “cura pelas águas”, a água é um grande remédio. Antes do advento da síntese em grande escala das medicações, era comum o médico aconselhar a certos pacientes que passassem uma temporada numa “estação de águas”, como recurso terapêutico para muitas enfermidades. Na verdade, as fontes de água desses locais continham em solução sais minerais que atuavam favoravelmente em determinadas situações mórbidas. Ainda hoje em dia as soluções de sais minerais em água, os soros fisiológicos, são as medicações mais prescritas nos hospitais. Além disso, os balneários com seus banhos coletivos são uma prática que vem desde os romanos e que, de certa forma, está substituída ainda hoje pelas piscinas, banheiras e ofurôs. De fato, o banho tem várias aplicações terapêuticas e além de criar um estado de ânimo agradável ajuda a regular a temperatura corporal e tem um efeito relaxante muscular. Nos cálculos renais a água ajuda a diurese e facilita a eliminação deles; nas afecções inflamatórias broncopulmonares a água fluidifica o catarro e ajuda a expectoração; em muitas intoxicações a água acelera o processo de eliminação do tóxico. A imersão na água, usada na hidroterapiae na hidroginástica diminui o peso dos segmentos corporais e os atritos articulares dos exercícios, além de melhorar o equilíbrio. Tem-se ainda de considerar o fascínio exercido pela natação, sobretudo nas crianças. Subsidiariamente, a água contribui com a higiene corporal, tão importante para a manutenção da saúde.
Absorção e eliminação da água
O balanço hidroeletrolítico depende da captação e excreção de água e sais minerais. Toda água contida no organismo vem de fora e tem de ser ingerida ou administrada por via venosa. A água ingerida é fácil e quase totalmente absorvida e comendo qualquer alimento, principalmente frutas, chás, sucos, refrigerantes e sopas, o indivíduo está também ingerindo água, contida neles em grandes quantidades. Os principais eliminadores de água são os rins, através da urina, a pele através do suor e os pulmões, através da respiração. A saliva e as lágrimas também atuam nesse processo. As crianças, sobretudo as recém-nascidas, são mais sensíveis à desidratação, em virtude de terem um menor peso corporal e de terem uma maior percentagem de água em seu organismo. Pessoas idosas também são mais susceptíveis à desidratação porque têm menos sensibilidade à sede e retêm menos água que os jovens.
Causas e consequências da falta ou do excesso de água no organismo
Chama-se desidratação à situação em que o organismo retém uma quantidade de água menor do que seria normal. Ela pode ser classificada como leve, moderada ou grave. As causas mais comuns da desidratação são a privação ou as perdas excessivas de água, como acontece se o indivíduo urina em excesso, no diabetes não controlado; nos indivíduos que tomam diuréticos inadequadamente; nas diarreias ou vômitos abundantes; nas grandes queimaduras e no excesso de suor quando o indivíduo é submetido a altas temperaturas ambientais ou a surtos febris intensos.
O excesso de água no organismo é chamado de intoxicação pela água ou hiper-hidratação. A hiper-hidratação ocorre quando a ingestão de água é maior que a sua eliminação, o que geralmente acontece por uma eliminação deficiente, uma vez que a quantidade de água que um indivíduo normal bebe por dia dificilmente excede a sua capacidade de excreção. Este excesso de água no organismo provoca uma diluição excessiva do sódio e de outras substâncias presentes na corrente sanguínea. Esse déficit de eliminação de água e sais minerais em geral se deve a uma queda de filtração renal e da fabricação da urina, como acontece nas doenças renais, cardíacas ou hepáticas. O órgão que primeiro sofre os efeitos da hiper-hidratação é o cérebro e se ela se instala repentinamente o paciente pode manifestar confusão mental, convulsões e coma.
Como tratar a desidratação e a hiper-hidratação?
desidratação leve pode ser corrigida por uma medida simples: beber mais água ou, em crianças muito pequenas, mais leite materno. Beber água regularmente, mesmo sem sentir sede, é um hábito saudável. Afinal, a sede só se sente quando a água já está faltando! Mas por vezes, em casos mais graves, a água e os sais minerais têm de ser infundidos sob a forma de soro, por via endovenosa, geralmente em unidades de saúde. Se a desidratação for apenas moderada esse soro pode ser fabricado e administrado oralmente, em casa.
Embora o tratamento da hiper-hidratação dependa em parte da sua causa, em geral deve-se restringir o consumo de líquidos. Os médicos costumam prescrever diuréticos, mas eles são mais úteis no tratamento do excesso de volume sanguíneo circulante que na hiper-hidratação propriamente. Na hiper-hidratação a água em excesso se acumula no interior das células e não produz acúmulo de líquido, sendo pouco atingida pelos diuréticos.
Quais são os principais sinais e sintomas da falta ou do excesso de água no organismo?
Uma pessoa desidratada mostrará baixa pressão sanguínea, aumento da frequência cardíaca, pele pegajosa, urinamuito concentrada, mucosas ressecadas, olhos afundados e ressequidos em virtude da diminuição das lágrimas, diminuição da sudorese e, nos bebês, a moleira afundada. Outros sintomas podem ser dores de cabeça, sonolência,tonturas, fraqueza, cansaço, confusão mental e choque e, por fim, perda de consciência, convulsões, coma e morte. Mesmo uma desidratação imperceptível pode gerar problemas de cólicas, flatulência, gases, prisão de ventre e outros sintomas.
Os sintomas da hiper-hidratação podem ser confundidos com os sintomas da desidratação e são letargia, confusão, agitação e convulsões.
O que mostra o laboratório?
Na desidratação, os exames de laboratório mostrarão níveis sanguíneos de sódio, potássio e bicarbonato aumentados, elevação da densidade urinária específica, do nitrogênio ureico sanguíneo e da creatinina. O hemograma mostrará sinais de concentração do sangue. Se houver suspeita de diabetes, deve-se proceder a dosagem de glicose (glicemia). Na hiper-hidratação, ao contrário, ocorrerá uma diluição de todos esses elementos. 
ABCMED, 2014. A importância da água para a saúde. Disponível em: . Acesso em: 5 jun. 2016.