domingo, 5 de fevereiro de 2017

Mamografia: Brasil ainda precisa implantar política de rastreamento

O principal exame para a identificação precoce do câncer de mama ganha atenção no dia 5 de fevereiro, com o Dia Nacional da Mamografia. Instituída a partir do Projeto de Lei da Senadora Maria do Rosário (PT-RS), a data tem o objetivo de sensibilizar as mulheres sobre a importância de realizar o exame para identificar e tratar a tempo uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. Segundo o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado, a mamografia permite o tratamento com altas chances de cura. "Todas as mulheres a partir dos 40 anos devem fazer o exame anualmente. Exceto quando orientação diferente por seu médico”. A baixa aderência ao exame, porém, ainda é um problema a ser solucionado para a redução da mortalidade.
 
Cobertura mamográfica ainda é desafio

A incidência do câncer de mama vem crescendo cerca de 2% ao ano em todo o Brasil. Somente em Passo Fundo, no ano de 2015, foram registradas 32 mortes pela doença, de acordo com dados do DataSUS. 33% a mais do que em 2014, quando o número ficou em 24. A cobertura mamográfica é um dos grandes desafios para reverter esse quadro. De acordo com Machado, o número de mamógrafos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente é o suficiente, quando considerada a idade preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 50 aos 70 anos de idade. "Todos os exames fora desta faixa entram no custo global da saúde, enfrentando limites orçamentários”. Entretanto, em torno de 20% dos casos registrados são entre mulheres jovens, com menos de 50 anos de idade. Por isso, a indicação da Sociedade Brasileira de Mastologia, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e outras muitas sociedades médicas espalhadas pelo mundo, é que ele seja feito a partir dos 40 anos.
 
Cerca de 50% não realizam o exame

Apesar de o número de aparelhos estar dentro do que é necessário, a quantidade de mulheres que realiza o exame anualmente ainda está longe do ideal. Em Passo Fundo, em 2012, eram feitas 2 mil mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 2016, esse número saltou para cerca de 6 mil. O ideal, entretanto, para cobertura da população feminina entre 40 e 70 anos de idade, seria de 38 mil exames anuais. Para Machado, ainda falta no Brasil uma política de rastreamento, não apenas recomendações. "O Ministério da Saúde recomenda, mas não tem uma política pública, federal, estadual ou municipal, de busca ativa das mulheres para realização dos exames. Ficamos na dependência da ida espontânea aos centros diagnósticos”. Outras barreiras, como a necessidade da solicitação médica do exame, agendamento e chegar o resultado do exame ao médico também precisam ser solucionadas. 

Fonte: DW Press in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/mamografia-brasil-ainda-precisa-implantar-politica-de-rastreamento/10331/7/ acesso em 05/02/17 em 11;36hs

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