segunda-feira, 24 de abril de 2017

Câncer de próstata: a evolução da medicina em relação à doença

No Brasil, o câncer de próstata, uma das principais doenças do pênis, é o segundo tipo mais frequente em homens. Ele acomete um em cada seis brasileiros e ainda mata mais de 13 mil homens todos os anos, apesar de ter até 96% de chance de cura, se diagnosticado no início.

Isso seria motivo suficiente para ter um mês inteiro dedicado ao seu combate e prevenção. O que torna essa data ainda mais necessária é um comportamento comum entre os homens. "Ainda existe resistência em procurar o médico para os exames de rotina”, afirma o dr. Lucas Nogueira, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Se você faz parte dessa lista vai gostar de saber que evoluções na medicina tornaram o diagnóstico e o tratamento da doença muito mais eficazes e as perspectivas, mais animadoras para a saúde do homem.

Idade, métodos e periodicidade

No passado: A orientação da SBU era de que os exames de PSA e toque retal, que diagnosticam o câncer de próstata, fossem realizados aos 40 anos por homens negros ou com histórico de câncer de próstata na família, e aos 45 por homens de outras raças e sem antecedentes. Todos deveriam repetir a rotina anualmente.

No presente: Agora, homens negros ou com histórico familiar devem realizar os exames anualmente a partir dos 45 anos, e aqueles de outras raças e sem antecedentes a partir dos 50. Cerca de 40% dos diagnósticos de câncer de próstata são feitos através do PSA, outros 40% pelo PSA e toque retal e os 20% restantes são detectados apenas no exame de toque.

Tratamento

No passado: Mesmo nos casos dos tumores considerados pequenos e pouco agressivos, o paciente era tratado com radioterapia ou cirurgia. Apesar de eficientes, ambos procedimentos eram invasivos.

No presente: Esse tipo de paciente passa a fazer uma "vigilância ativa”, explica Nogueira. "Ele é submetido a uma observação detalhada todos os anos e só precisa fazer algum tratamento caso o tumor evolua.”

Diagnóstico tardio

No passado: Os pacientes diagnosticados tardiamente, com tipos de câncer agressivos e metástase, eram tratados apenas com medicamentos paliativos que pioravam sua qualidade de vida e garantiam uma sobrevida de cerca de quatro anos.

No presente:
 Nos casos de pacientes diagnosticados tardiamente, com tipos de câncer agressivos e com metástase, há a indicação de radioterapia e/ou cirurgia. Dependendo do estágio da doença, as chances de cura podem chegar a 96%

Sobrevida

No passado: Para os pacientes considerados sem chances de cura não havia medicamentos capazes de garantir sobrevida significativa, apenas drogas paliativas, pouco eficientes perante a gravidade da situação do doente.

No presente: Uma nova família de medicamentos surgiu nos últimos cinco anos, garantindo maior sobrevida e mais bem-estar àqueles considerados sem chances de cura. Eles garantem dias com menos dor, menos complicações renais e vasculares.

Pós-Cirurgia

No passado: Até o ano de 1984 a prevalência de incontinência urinária após as cirurgias radicais de próstata (cirurgia completa para retirada do tumor) era extremamente alta, algo em torno de 87%.

No presente: A prevalência de incontinência urinária após as cirurgias radicais de próstata é de 2% a 10% e apenas 1% nos casos menos drásticos. As chances de disfunção erétil variam de acordo com a idade e as condições de saúde, mas não passam de 30%.

Cancês de Próstata: prognósticos para o futuro

Por mais que você deseje se livrar do exame de toque retal, isso não deve acontecer nos próximos dez anos. "No entanto, a década seguinte deve ser marcada pela evolução do mapeamento do perfil molecular, que levará a diagnósticos e tratamentos mais acertados”, explica Nogueira.

Na prática, isso significa que, depois que os cientistas descobrirem exatamente quais os marcadores moleculares responsáveis pelo câncer de próstata, os médicos serão capazes de avaliar sua predisposição genética para a doença. Isso já acontece com o câncer de mama. A atriz Angelina Jolie optou por fazer uma mastectomia preventiva após esses exames demonstrarem sua altíssima probabilidade de desenvolver câncer de mama agressivo.

"Quando tivermos um conhecimento profundo e sedimentado nessa área talvez possamos discutir a possibilidade de dispensar o exame de toque retal”, conclui Nogueira.

Fonte: GQ
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-prostata-a-evolucao-da-medicina-em-relacao-a-doenca/10634/7/ acesso em 24/04/17 às 13:12h

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