domingo, 30 de setembro de 2018

OUTUBRO ROSA 2018

O movimento começou a surgir em 1990 quando aconteceu a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque, e desde então, promovida anualmente na cidade. Entretanto, somente em 1997 é que entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, escolhendo o mês de Outubro como epicentro das ações.[5] Hoje o Outubro rosa é realizado em vários lugares do mundo.
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Anualmente, várias atividades são realizadas com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, além de proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

5º CONGRESSO TODOS JUNTOS CONTRA O CÂNCER

Parte do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, este evento tem por objetivo levantar as principais dificuldades na área oncológica e, com o apoio de líderes da saúde como médicos, profissionais da saúde, representantes do governo e de organizações de apoio ao paciente, e jornalistas propor as soluções necessárias aos órgãos responsáveis pela Saúde.
Conheça mais sobre o Movimento!

O Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) é um movimento da sociedade brasileira que congrega representantes de diferentes setores voltados ao cuidado do paciente com câncer, como gestores de saúde, entidades médicas, hospitais, profissionais de saúde, pesquisadores, profissionais de imprensa, associações de pacientes e outros, comprometidos com a garantia do direito do paciente ao acesso universal e igualitário à saúde.

CONVITE - ABERTURA SOLENE DO OUTUBRO ROSA 2018

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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Causas da dor na mama no homem

Assim como as mulheres, os homens também podem sentir desconforto nas mamas, o que na maioria das vezes é causado por pancadas na mama durante uma atividade física ou no trabalho ou até mesmo devido à irritação do mamilo devido ao atrito com a camisa, por exemplo.
Apesar de normalmente não significar situações graves, é importante que sejam investigadas as causas de dor na mama no homem, pois pode representar fibroadenoma ou a presença de cistos na mama, que podem ser benignos ou malignos, devendo ser realizada biópsia do tecido mamário para que sejam analisadas as características das células. 
Causas da dor na mama no homem

Principais causas

A dor na mama do homem normalmente não é sinal de câncer, pois os tumores malignos só costumam causar dor quando já estão em estágios mais avançados. Assim, as principais causas de dor na mama masculina são:
  1. Lesões na mama, que podem ocorrer devido a pancadas sofridas durante a atividade física ou no trabalho;
  2. Mamilo de corredor, que são mamilos irritados ou com sangue devido ao atrito do peito na camisa durante a prática de corrida. Conheça outras causas de irritação no mamilo;
  3. Mastite, que corresponde à inflamação dolorosa das mamas, sendo raro de acontecer em homens;
  4. Cisto na mama, que apesar de ser mais comum em mulheres, também pode ocorrer em homens e é caracterizado por dor ao pressionar o tecido ao redor da mama. Saiba mais sobre o cisto na mama;
  5. Ginecomastia, que corresponde ao crescimento das mamas no homem e que pode acontecer devido ao excesso de tecido glandular mamário, excesso de peso ou doenças endócrinas, por exemplo. Conheça as causas do aumento das mamas no homem;
  6. Fibroadenoma, um tumor de mama benigno, mas que é raro em homens. Entenda o que é o fibroadenoma na mama e como é o tratamento.
Apesar das causas graves de dor na mama, como o câncer, por exemplo, serem mais raros nos homens, aqueles que possuem histórico na família deve fazer auto-exame das mamas a cada 3 meses pelo menos para verificar a presença de inchaço e caroços, por exemplo. Saiba mais sobre os sintomas e tratamento do câncer de mama masculino.

O que fazer

Na presença de dor mama do homem, deve-se avaliar a região e tentar identificar a causa. Em casos de contusão ou mamilo de corredor, deve-se colocar compressas frias no local de 2 a 3 vezes por dia e utilizar medicamento para dor como Paracetamol, Ibuprofeno e Aspirina, por exemplo.
Em casos de mastite, cisto ou fibroadenoma deve-se ir ao médico para fazer exames e avaliar a necessidade de usar medicamentos ou fazer cirurgia. Além disso, é importante lembrar que deve-se sempre consultar um médico em casos de nódulo na mama.
Fonte: https://www.tuasaude.com/dor-na-mama/ acesso em 26.09.18 às 08:49hs

Evite bebidas com muito açúcar!

Bebidas com altos níveis de açúcar fazem mais mal ao seu corpo do que outros tipos de doces. Isso porque o corpo humano processa o açúcar de forma diferente quando ele vem como líquido.
Por isso, quando você bebe refrigerantes, acaba ingerindo mais calorias do que esperava.
Sucos de frutas também não são tão bons quanto se acha. Se eles vêm com muito açúcar, a pequena quantidade de antioxidantes da fruta não anula os efeitos negativos do açúcar. Eles incluem obesidade, diabete de tipo 2, ataque cardíaco, entre outros problemas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Prevenção e diagnóstico do câncer colorretal nos dias de hoje - setembro verde

Atualmente nos deparamos em nossos consultórios com diversas perguntas sobre câncer colorretal, entre elas: por que o aumento do número de casos em pessoas cada vez mais jovens? Qual a alimentação adequada para evitar? Há algum exame preventivo? É justamente para alertar sobre as formas de prevenção e diagnóstico dessa doença que a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza anualmente a campanha Setembro Verde.
Terceiro tipo de tumor mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres, o câncer colorretal deve registrar 36 360 novos casos em 2018, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Trata-se de um aumento de 6% em relação ao ano de 2017.
Acredita-se que o grande acréscimo no número de novos casos de tumores no intestino esteja vinculado ao maior acesso das pessoas a métodos de diagnóstico, como a colonoscopia. No Brasil, a realização desse exame está indicada atualmente a partir dos 50 anos para indivíduos sem histórico na família de tumor ou pólipo no intestino.
No entanto, seguindo a nova orientação da American Cancer Society, a SBCP trabalha para também atualizar sua recomendação para rastreamento de câncer colorretal, que iniciaria já a partir dos 45 anos. Vale ressaltar que nos casos de histórico familiar ou mesmo quando há alterações do hábito intestinal, recomenda-se esse exame com mais antecedência.
Como prevenir o câncer colorretal?
A pergunta é muito interessante porque, quando se fala em prevenção ao câncer, pensa-se em mudanças radicais, como corte total de um ou outro alimento. E não é por aí. O que deve ser reavaliado é nosso estilo de vida. Hoje, acabamos focando no trabalho e na busca de uma melhor qualidade financeira, porém esquecemos que, sem saúde, não conseguimos trabalhar.
A obesidade, o sedentarismo, a má qualidade da alimentação (pobre em fibras alimentares, rica em carne vermelha e alimentos processados), o alcoolismo e o tabagismo são os grandes vilões da vida moderna e, consequentemente, os precursores de mudanças nocivas nos hábitos intestinais. E atenção: o aumento dos casos de alterações da mucosa intestinal é o principal fator que leva ao câncer de intestino.
Mas o que devemos fazer com a dieta? A radicalidade nunca é recomendada. A alimentação tem que ser balanceada, com boa ingestão hídrica (água é fundamental) e de fibras alimentares (frutas, verduras…), e com redução no consumo de carnes vermelhas e também daquelas ricas em gorduras.
Associada à alimentação saudável, é recomendável evitar o sedentarismo. Pessoas com condições de realizar uma simples caminhada três vezes na semana possuem um bom início para mudanças de hábitos. Já para as que são impossibilitadas de fazer atividades de impacto existem práticas aquáticas, como a hidroginástica, e outras que podem ser indicadas por um médico ou preparador físico.
Outro questionamento é relacionado aos exames: existe algum que detecte o câncer de intestino ou que previna o câncer? Como dissemos acima, o exame de rastreamento é a colonoscopia, na qual se detecta tanto a doença como os pólipos, que podem ser ressecados antes de se transformarem em tumores malignos.
Colocando em prática o conjunto dieta saudável + atividade física + visitas regulares ao médico especialista para consultas + indicação de exame de colonoscopia, o combate e a prevenção a esse mal que aflige toda nossa população vão se tornar mais eficazes e assertivos.
Fonte: Saúde é Vital in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/prevencao-e-diagnostico-do-cancer-colorretal-nos-dias-de-hoje/12177/7/ acesso em 06.09.18 às 10:23 hs

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Lutando contra um câncer, Ana Furtado desabafa: ''Se entristecer não é fraqueza”

Fazendo tratamento contra um câncer mama, Ana Furtado fez um desabafo em seu Instagram nesta sexta-feira, 31. A apresentadora publicou uma foto dela e na legenda disse que tem, sim, seus momentos de fraqueza.Fazendo tratamento contra um câncer mama, Ana Furtado fez um desabafo em seu Instagram nesta sexta-feira, 31. A apresentadora publicou uma foto dela e na legenda disse que tem, sim, seus momentos de fraqueza.
“Também tenho os meus momentos tristes e de dor física. Me permito sentir. Faz parte. É humano e fortalece ao contrário do que imaginamos. Se entristecer não é fraqueza. Sentir dor não é uma escolha. Sorrir e ver o lado bom da vida mesmo nos momentos de fragilidade é uma escolha e se torna fundamental quando se "quer estar vivo", afirmou a mulher de Boninho.
Ela ainda acrescentou que, mesmo tendo dias ruins e tristes, o importante é não desistir e manter a luta diária contra as adversidades.
“Viver na plenitude tem sido o meu lema. Na alegria, tristeza, dor e fraqueza... Vamos viver um dia de cada vez como se fosse o último. Mesmo que esteja "nublado" como hoje. O melhor dia das nossas vidas começa igual a um dia qualquer. Apreciem as pequenas coisas. E guardem no coração as que lhes fazem mais felizes. Viva a vida e deixe a sua vida viva de sentimentos que lhes façam crescer e fortalecer. Gratidão “, finalizou a estrela, que recebeu muitos elogios e mensagens de apoio dos fãs.
“Grande mulher, você é um exemplo”, afirmou uma; “Linda, que Deus te abençoe”, disse outra; “Você é uma inspiração, estamos juntas”, escreveu uma terceira.
Fonte: Caras in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/lutando-contra-um-cancer-ana-furtado-desabafa-se-entristecer-nao-e-fraqueza/12162/7/ acesso em 05.09.18 às 21:13hs

domingo, 2 de setembro de 2018

Testes genéticos contra o câncer

Testes genéticos são exames que permitem identificar, por meio da análise do nosso DNA, um maior risco ou propensão a determinadas doenças. Em oncologia, os testes genéticos podem ser usados para diagnóstico de câncer hereditário ou do risco de desenvolver tumores. É importante esclarecer que todo câncer é resultado de alteração genética, isto é, o câncer é uma doença genética, porém, um percentual pequeno é hereditário.
O câncer hereditário é causado por uma mutação genética que o paciente carrega no DNA de suas células. Essa mutação está presente em parte das células germinativas do pacientes, isso é nos gametas, e pode passar para seus descendentes. Isso quer dizer que os descentes que herdam a mutação estão em risco de desenvolver tumores. Há varias síndromes genéticas de câncer hereditário já descritas, incluindo as que afetam as mamas, os ovários, os intestinos, a pele, entre outros órgãos.
Os aspectos clínicos mais comuns para se suspeitar de uma síndrome de câncer hereditário são: o diagnóstico em idade mais jovem do que a idade de aparecimento daquele tipo de tumor, vários tumores no mesmo indivíduo ou câncer em várias gerações da família. Para se confirmar a suspeita de um câncer hereditário, há necessidade do individuo ser submetido a um teste genético.
Para algumas síndromes genéticas o resultado positivo de uma mutação patogênica em genes já conhecidos pode ajudar o médico a traçar medidas de prevenção para evitar o surgimento do câncer e também medidas de rastreamento diferenciadas da população em geral para diagnosticar o tumor nos estágios mais iniciais quando são mais passíveis de cura.
Quem se beneficia na prática
Dos anos 1990 para cá, tivemos avanços expressivos no conhecimento sobre genética desencadeados pelos avanços nas tecnologias de sequenciamento, o que hoje nos permite realizar exames genéticos com maior precisão e rapidez e menor custo. No entanto, a facilidade no acesso não significa que os testes genéticos devem ser solicitados para todas as pessoas. As indicações são baseadas em diretrizes nacionais e internacionais que são revisadas periodicamente.
Assim, o médico, suspeitando de câncer hereditário, deve encaminhar o paciente para os médicos oncogeneticistas, que estão capacitados a estimar o risco de síndrome genética e solicitar os testes genéticos mais adequados.
É importante destacar que esse tipo de teste envolve questões emocionais importantes, sendo crucial que o indivíduo tenha acesso ao aconselhamento genético pelo oncogeneticista. Esse profissional vai explicar o que é o teste, como ele é feito e quais suas limitações. Também vai abordar a grande possibilidade de não se detectar a causa genética, as consequências de um resultado positivo para uma mutação patogênica, o risco dos descendentes herdarem a mutação, as medidas preventivas e medidas de vigilância diferenciadas para diagnóstico precoce, entre outros aspectos. Em resumo, o oncogeneticista fornece um suporte geral para que as informações colhidas do quadro clínico e do exame genético a ser realizado sejam devidamente contextualizadas e dúvidas e expectativas sejam esclarecidas.
Outro aspecto importante é que o teste genético pode ser feito em pessoas com câncer ou em pessoas sem câncer. O mais comum e de maior benefício para a família é realizar o teste no paciente com câncer e, no caso de ser positivo, recomendar avaliação da mutação identificada para os outros membros da família.
Em geral, os testes genéticos conseguem identificar a causa genética (uma mutação patogênica) somente em uma pequena porcentagem dos casos. Portanto, a ausência de mutação patogênica nos genes investigados não significa que a pessoa não tenha um câncer hereditário e/ou risco aumentado para desenvolver tumores. É possível que existam mutações em outros genes não investigados no teste realizado ou em outros genes ainda não associados com a síndrome genética suspeita.
Os ganhos para o paciente
A realização bem indicada de um teste genético é capaz de trazer ganhos importantes em termos de prevenção, detecção e tratamento para algumas síndromes. A detecção de uma mutação patogênica nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo, que são os genes mais importantes associados com a síndrome de câncer de mama e ovário hereditários, permite tomar condutas que reduzem significativamente o risco da doença, como rastreamento diferenciado e mais frequente por meio de exames de rotina, bem como intervenções preventivas (como a cirurgia de retirada das mamas e dos ovários). Todas as decisões, é claro, têm de ser discutidas entre médico e paciente.
Ficou famoso, o caso da atriz americana Angelina Jolie, portadora de uma mutação no gene BRCA1. A atriz, com episódios de câncer na família característicos da síndrome, realizou um teste genético e obteve resultado positivo para a mutação em BRCA1, tomando a decisão de adotar medidas preventivas como cirurgias para extrair as mamas e os ovários, uma vez que a probabilidade de ter a doença nesses órgãos era alta. Com o procedimento, a atriz diminuiu o risco de câncer nesses órgãos a níveis menores que a população de mulheres sem mutações nos dois genes citados.
Existem medicações aprovadas para pacientes com um tipo específico de câncer de ovário e que são portadores de mutação em BRCA1 ou BRCA2. A terapia é denominada anti-PARP e bloqueia um sistema de reparo de DNA existente nas células. Células do tumor de ovário de mulheres com mutação patogênica em um dos dois genes BRCA1 e BRCA2 apresentam maior sensibilidade ao tratamento com essa terapia, mostrando maior benefício para essas mulheres.
É importante também comentar que, para várias outras síndromes de câncer hereditário, medidas de prevenção de diagnóstico precoce não estão bem estabelecidas e muitos esforços tem sido direcionados para ajudar nesse aspecto.
Outros testes genéticos para escolher o tratamento do câncer
O mapeamento das alterações genéticas em alguns tumores já são de grande utilidade clínica para ajudar na definição das melhores terapias. O sequenciamento massivo de tumores tem ajudado nas descobertas das suas alterações genéticas mais frequentes, auxiliando o mapeamento das vias gênicas que estão alteradas no tumor. Esses achados subsidiam o desenho de terapias para bloquear as vias alteradas e também a definição daquelas mutações que conferem sensibilidade ou resistência a essas terapias.
Assim, testes genéticos em DNA tumoral já são realizados para vários tipos de tumor, por exemplo, casos específicos de câncer de pulmão, de ovário, de intestino, entre outros. Algumas terapias só devem ser prescritas para tumores que apresentam certas alterações genéticas.
Estudos científicos
Em nosso laboratório, estamos envolvidos em novas descobertas na área de genética e genômica e também na transferência para a clínica de testes genéticos e genômicos que apoiam o diagnóstico de síndromes genéticas e identificam alterações gênicas que guiam uma conduta terapêutica personalizada. Temos linhas de pesquisa dedicadas a síndromes hereditárias de tumores, visando caracterizar variantes genéticas na população brasileira nos genes já conhecidos, e também, linhas de pesquisa para desvendar outros genes, ainda não conhecidos, associados a elas. Dados da nossa população vindos das duas abordagens são particularmente importantes para contribuirmos com o conhecimento de variantes genéticas de risco ou benignas da população brasileira, que difere das populações mais conhecidas geneticamente, como a americana e europeia.
Além disso, desenvolvemos pesquisas genômicas em tumores para descobrir as vias genicas que estão ativadas ou inativadas, contribuindo, assim, com a compreensão dos aspectos genéticos que subsidiam o aparecimento e a progressão do câncer.
*Dra. Dirce Maria Carraro é chefe do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular do Centro Internacional de Pesquisa (CIPE) e responsável pelo Laboratório de Diagnóstico Genômico do A.C.Camargo Cancer Center.
Pioneirismo
O A.C.Camargo Cancer Center é pioneiro no estabelecimento de testes genéticos no diagnóstico de síndromes genéticas e para guiar tratamento. A transferência dos testes genético para a rotina clinica iniciou em 2010 e vem se aprimorando constantemente.
Fonte: Saúde é Vital in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/testes-geneticos-contra-o-cancer/12150/7/acesso em 02.09.18 às 21:15hs

sábado, 1 de setembro de 2018

Novos hábitos alimentares - Nunca fique em dúvida sobre o que comer para promover a saúde

13 Recomendações Diárias
Dr Bruno Conte - (extraído do seu facebook)
. Família do Alho: Alho, cebola (roxa), alho-poró, cebolinha, etc. - 1 porção (3 dentes de alho)
. Vegetais crucíferas: couve, brócolis, couve-flor, repolho (roxo), rabanete, rúcula, agrião, etc. - 1 porção (1/2 xicara)
. Frutas: melão, mamão, maçã, banana, pêra, abacate, uva, melancia, limão, laranja, kiwi, ameixa, pêssego, carambola, mexerica, jabuticaba, graviola, etc. - 3 porções (1 fruta média)
. Frutas vermelhas/silvestres: mirtilo, amora, framboesa, morango, açaí, goji, etc. - 1 porção (1/2 xicara)
. Grãos integrais: trigo, aveia, cevada, arroz integral-preto-vermelho-selvagem, pão integral, macarrão integral, quinoa, cuscuz marroquino, etc. - 3 porções (1 fatia de pão integral)
. Nozes, castanhas e sementes (chia, gergelim, etc) - 3 unidades
. Farinha de linhaça - 1 colher sopa
. Bebidas: Café, água, cha verde, suco de frutas com vegetais, leite amêndoas, soja, coco (1,5L)
. Temperos e Ervas: Cúrcuma, curry, páprica, pimenta preta-branca, cajun, garam massala, cravo, canela, cominho, coentro, tomilho, orégano, manjericão, salsinha, louro, vinagre arroz-vinho-maçã, etc. (A gosto)
. Outros vegetais: pimentão vermelho-amarelo-verde, beterraba, cenoura, batata doce, aspargo, mandioca, aipo, pepino, tomate, abóbora, pimentas, etc. - 1 porção diária (1/2 xícara)
. Verdes/Verduras: espinafre, alface lisa/crespa, escarola, etc. - 1 porção (1/2 xícara ao dia)
. Legumes: feijão branco, carioca, preto, lentilha, ervilha, soja e grão de bico, etc. - 3 porções (1 concha de feijão)
. Cogumelos: funghi chileno, shiitake, shimeji, portobelo, porcini, fermento nutricional, paris, etc. - 1 porção diária (3-4 unidades de cogumelos paris).

Fonte: https://www.facebook.com/100006255992118/posts/2090248077860372/?__xts__[0]=68.ARD6u_eT0aB5Wi5fe1AYBcLn1_r1LjiC55Vp4a8FQfvc-rJIObvviBQISeDBxsVVKcDOsW0jaLwjbwSJXQ5zvXbQFrcWsZJkRvA3xb8YiU6111KL5h5__s4XofP97YbTgU5I70dAz5MXoenV7CLyNX9JW5XAo2lNOg&__tn__=HH-R

Alimentação pode ajudar no tratamento contra o câncer

Pesquisas recentes mostram que a associação da alimentação com o tratamento contra o câncer pode contribuir com a melhora da doença e diminuir a chance de mortalidade. 
O oncologista Celso Massumoto, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, lançou o livro "Gastronomia hospitalar e TMO" (Editora Triall, 2018) que, entre outras informações sobre o tratamento, reúne dicas de alimentação e receitas para pacientes com câncer (veja um exemplo de receita abaixo).
Um dos capítulos é dedicado aos alimentos funcionais e seus benefícios para os pacientes.De acordo com o médico, medidas terapêuticas combinadas com o tratamento podem ajudar o paciente na recuperação.
No caso dos alimentos, as substâncias nutricionais podem ajudar o organismo a reagir contra a doença.
Uma das primeiras dicas do médico diz respeito ao quanto comer. “Uma pessoa que está em quimioterapia ou outro outro tipo de tratamento contra o câncer deve comer fracionadamente a cada 3 horas. Ou seja, o ideal não é fazer grandes refeições, mas sim porções menores. Desta forma, o estômago fica menos repleto de alimentos, que ajuda a evitar o enjoo e as náuseas comuns nessa fase”, explica Massumoto.
Outro ponto importante é privilegiar alimentos de rápida digestão e evitar alimentos que dificultam este processo, principalmente a carne vermelha.
Outra dica é dar preferência aos alimentos funcionais, que além do conhecido valor nutricional, podem trazer outros benefícios.
Um exemplo é o gengibre.
Segundo ele, o alimento é recomendado para pacientes em tratamento contra o câncer porque pode ajudar a evitar as náuseas provocadas pela quimioterapia.
Ele afirma que o gengibre pode ser consumido de diferentes formas: ralado, curtido, em balas, sucos ou como tempero.
O chá verde é outra opção. “Ele tem efeito antitumoral, mas não é para tomar para evitar o câncer, mas pode ajudar a eliminar o tumor”, afirma Massumoto.
O oncologista ressalta que esses alimentos não devem ser consumidos de forma indiscriminada, mas sim no que ele chama de “doses normais”, moderadas. Só assim é que as substâncias podem trazer um efeito benéfico.
Oficina de gastronomia para pacientes com câncer
Já o oncologista e nutrólogo Bruno Conte, do Instituto Hemomed de Oncologia, de São Paulo criou uma oficina para ensinar os pacientes que estão em tratamento contra o câncer a se alimentar melhor – e desta forma, fazer com que a alimentação ajude no combate à doença.
O principal objetivo é fazer com que os pacientes entendam a ação de cada ingrediente nas células cancerígenas.
”Procuramos mostrar a importância de utilizar produtos naturais, evitando os industrializados ou muito processados e ensinar que os alimentos são os melhores remédios para o organismo reagir melhor ao tratamento”, ensina o médico.
A ideia de uma dieta saudável é uma alimentação baseada em plantas, frutas, legumes e verduras, com maior dose de fibras e carboidratos complexos e menor consumo de carboidratos refinados como a farinha branca e o açúcar refinado.
Conte destaca que também é preciso entender que tudo depende do tipo de câncer e da evolução do tumor. Mas, de forma geral, a alimentação pode ajudar tanto o paciente que está em tratamento com possibilidade de cura, quanto o que precisa de um tratamento paliativo, que se estende por toda a vida.
Em alguns casos, a doença pode causar dificuldades de alimentação – tanto dificuldade para mastigar e engolir, quanto náuseas a enjoos. O médico dá uma dica: “Pode fazer o mesmo prato, bater no liquidificador e tomar como uma sopa”.
A seguir, destacamos alguns alimentos que podem ajudar na busca por uma dieta equilibrada que fortalece o organismo para a luta contra o câncer.
Amêndoas, castanhas e nozes
O consumo regular de amêndoas, castanhas e nozes é capaz de diminuir o risco de morte em 57% dos pacientes com câncer de cólon e reto. Esta é a conclusão de um estudo desenvolvido pelo Centro de Câncer de Yale, nos Estados Unidos, publicado em abril no Journal of Clinical Oncology.
Os pesquisadores analisaram os hábitos alimentarem de 826 pacientes com câncer de colo de estágio 3 durante três anos e perceberam que o consumo regular destas oleaginosas diminuiu não só a taxa de mortalidade, mas também a reincidência do câncer.
A importância da fibra
Um estudo desenvolvido pelas universidades de Bern e Zurique, na Suíça, publicado em março na U.S. National Library of Medicine, analisou o padrão alimentar de 16 mil pessoas por um período máximo de 40 anos. Os resultados mostram que a dieta tem influência direta na taxa de mortalidade por câncer.
Dietas com alimentos ricos em fibras foram responsáveis por uma redução de 15% a 18% no número de mortes por câncer.
O oncologista Fabiano Hahn Souza, do Hospital do Câncer Mãe de Deus, de Porto Alegre, explica que as fibras ajudam, principalmente, pacientes com câncer de intestino, porque ajudam o órgão a funcionar melhor, aumentando o número de evacuações e criando uma espécie de proteção que diminui a exposição à resíduos.
“Antes de se manifestar, o câncer costuma já estar com a pessoa de forma silenciosa. Mesmo quando se manifesta, evolui alguns anos sem que os sintomas sejam percebidos. Nesse início, os hábitos saudáveis colocam o paciente um passo à frente da doença, isso tudo ajuda no tratamento”, explica o médico.
O oncologista Bruno Conte explica que o ser humano não consegue digerir a fibra, por isso ela chega quase intacta ao intestino e acaba alimentando a flora intestinal. “Isso é muito bom porque os micro-organismos que vivem no intestino protegem a região e, dessa forma, acabam protegendo todo o organismo”, detalha.
A gordura boa do peixe

Está aí outro alimento que pode ajudar pacientes em tratamento contra o câncer – o peixe também foi considerado um protetor para a morte pela doença pelos pesquisadores suíços. Quem comeu mais peixe morreu menos por causa da doença.
Mas nem pense em comer peixe frito! O ideal é assar ou fazer no vapor.
Isso por causa de duas substâncias, astaxantina e o ômega 3, encontradas em algumas espécies de peixe.
A astaxantina é um antioxidante capaz de potencializar outros antioxidantes e que tem capacidade anti-inflamatória. Pode ser encontrada em peixes avermelhados, como o salmão e a truta, e em frutos do mar, como o camarão.
Os ácidos graxos chamados de ômega 3 ajudam a reduzir o colesterol e são associados à diminuição de risco de alguns tipos de câncer, principalmente mama e próstata. Ele é encontrado, principalmente no salmão e no atum.
Mas Souza destaca que o peixe deve ser rotina na alimentação. “Não adianta comer só por dois ou três meses e parar. Desta forma, não vai causar impacto. Tem que adotar a dieta saudável e se dispor a incorporar isso à vida diária”.



Fonte: https://noticias.r7.com/saude/alimentacao-pode-ajudar-no-tratamento-contra-o-cancer-05052018 acesso em 01.09.18 às 16:11hs

‘Alimentação, de fato, trata doenças’, diz especialista americano

A cada ano, 61­0 000 americanos morrem vítimas de doenças cardíacas, sendo a causa número um de óbito na América, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) — órgão americano de pesquisa na área da saúde. No Brasil, não é diferente: 300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos, sendo 30% dos casos fatais; o que também configura a condição como a principal causa de morte no país. Os principais fatores de risco são hipertensão arterial e dietéticos, como colesterol e glicemia alta.
No entanto, o que pouco se sabe é que, mais do que evitável, a maior causa de óbitos do século XXI pode ser tratável e, em alguns casos, até revertida com alimentação — assim como diabetes tipo 2 e derrames (ou AVC), as chamadas doenças crônicas, de longa duração, com progressão lenta.
Quem defende a ideia é Michael Greger, clínico-geral americano e um dos maiores especialistas em nutrição da atualidade. Tudo começou quando viu a avó paterna ser sentenciada à morte aos 65 anos, após diagnóstico de doença cardíaca terminal — devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias do coração. Mas, para surpresa de todos, ela viveu mais 31 anos, sem remédios ou cirurgia, graças à mudança do tipo de alimento que levava ao prato.
Em tempos nos quais há tantas falsas promessas de cura fácil – até mesmo sobre doenças incuráveis – espalhadas pela internet, Greger faz sucesso ao mostrar o que, de fato, pode ser combatido com a mudança de alimentação.
Formado pela Escola de Agricultura da Universidade de Cornell e pela Escola de Medicina da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, é autor de quatro livros, incluindo o best seller “Comer Para Não Morrer” (Intrínseca),que acaba de chegar ao Brasil. Nele, o especialista explica o “milagre” familiar e revela o que há de mais recente e inovador em nutrição. De sua casa em Washington, ele falou a VEJA por telefone:

Quando o tratamento de doenças por meio de alimentação despertou seu interesse? Por volta dos 9 anos de idade, eu vi minha avó ser sentenciada à morte, aos 65 anos. Ela tinha uma doença cardíaca irreversível. O fluxo sanguíneo para o coração estava prejudicado devido ao acúmulo de gordura em suas artérias ao longo dos anos, e ela tinha fortes dores no peito e pernas. Acabou em uma cadeira de rodas. Foi quando minha avó ouviu falar de um médico chamado Nathan Pritkin, pioneiro na chamada “medicina de estilo de vida”, que se tornara conhecido por reverter quadros terminais de doenças cardíacas. O que aconteceu depois foi narrado na biografia do médico: após três semanas de uma dieta exclusiva à base de vegetais (plant based diet) e uma rotina gradativa de exercícios físicos, minha avó Frances não apenas saiu da cadeira de rodas, como viveu mais 31 anos, chegando aos 96.
Como isso aconteceu? Nossas artérias podem relaxar e ficar livres de gordura se ingerirmos mais vegetais verdes, frutas e alimentos naturais e integrais. Não sou eu que digo isso, é a ciência. Há estudos publicados. As pessoas passam a vida agredindo suas artérias com maus hábitos alimentares, falta de exercício, ou tabagismo. Depois os médicos prescrevem estatinas (medicamento para reduzir o colesterol ruim). Ao invés de evitar um ataque cardíaco, é preciso evitar o aparecimento do colesterol alto: tratar a causa, não a consequência. Por isso, nunca será tarde ou cedo demais para prevenir, tratar ou até mesmo reverter doenças crônicas, associadas ao estilo de vida da pessoa.
No seu livro, o senhor dá vários exemplos de reversão de doenças por meio da alimentação natural. Sim. O primeiro estudo sobre reversão de doenças cardíacas foi publicado em julho de 1990, pelo médico Dean Ornish ‘The Lifestyle Heart Trial’ (ou “ensaio sobre coração e estilo de vida”). Ele provou por meio de angiografia (exame médico utilizado para verificar anormalidades nas artérias e sistema circulatório) que casos de doenças cardíacas poderiam ser revertidas: artérias poderiam se dilatar sem drogas ou cirurgia. Estudos sobre reversão do diabetes tipo 2 datam da década de 70. Mas há trabalhos mais antigos, como casos de reversão de insuficiência renal, obesidade mórbida e pressão alta, que datam dos anos 50. Pense que não havia tantos remédios naquela época, até porque, tampouco, havia tantos casos de doenças crônicas. A esperança não vinha de drogas; vinha da comida.
Mas a herança genética também explica doenças crônicas. Nesses casos, qual é o impacto da alimentação? Genes são responsáveis por cerca de 20% das doenças crônicas comuns. Os outros 80% são provenientes de como vivemos e, principalmente, de como comemos. Pessoas de uma mesma família tendem a comer dietas semelhantes e, assim, tendem a ser acometidas por doenças crônicas semelhantes, como pressão alta, colesterol alto, diabetes tipo 2 e obesidade. A dieta é o contribuinte número um para que surjam doenças crônicas, mas também pode evitá-las e tratá-las. Se fizermos parte de uma família que come uma dieta baseada em vegetais, nossos parentes provavelmente terão baixo índice de risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Por outro lado, se somos parte de uma família que abusa de carne ou laticínios, certamente o risco será maior. E, de novo, não por questão de genes, mas por hábitos alimentares. Genética pode até “apontar a arma”, mas o estilo de vida “puxa o gatilho”.
O que é, afinal, uma dieta saudável? A melhor base científica disponível evidencia que a dieta saudável é aquela que minimiza a ingestão de alimentos processados e carnes, e maximiza a ingestão de vegetais, feijões (soja, ervilha seca, grão de bico e lentilha), frutas em geral e grãos integrais (quinua, arroz, aveia, trigo sarraceno). Vegetais da família dos brócolis, os chamados crucíferos, podem prevenir danos ao DNA das células e serem promissores agentes anticâncer devido, acredita-se, a um componente que se forma quase que exclusivamente nestes tipos de vegetais. Alimentação, de fato, trata doenças.
Medicina convencional aliada à dieta à base de vegetais sempre terá melhores resultados? Apenas um quarto das universidades americanas de medicina possui nutrição na grade curricular. Logo, médicos ainda têm pouco conhecimento sobre propriedades dos alimentos e seus efeitos. Tampouco há incentivo para isso. Na prática clínica, há forte influência de grandes corporações farmacêuticas: primeiro vem o remédio, depois qualquer outra alternativa. Por fim, meus colegas dizem que não acreditam que seus pacientes irão seguir este tipo de orientação.
Por quê? A maioria dos médicos come mal. Vai dizer o que para quem busca ajuda? Voltemos aos anos 50, quando muitos médicos americanos fumavam. Como estes profissionais podem se sentar em suas mesas de trabalho, com os dedos cheirando a nicotina e dizer para que seu paciente pare de fumar? É a mesma lógica para a alimentação. Um paciente não deve esperar para mudar hábitos alimentares ruins apenas quando médico disser que é necessário.
Não seria radical dizer que tal estilo de vida é 100% garantia de não ter doenças?  Isso significa que numa escala de um a dez, a dieta americana estaria em um. Logo, se você me perguntar sobre pessoas normais com dieta-padrão, eu digo que a dieta regular de hoje é terrível. Crianças com 10 anos de idade já começam a ter estrias de gordura no coração e não sentem absolutamente nada; mas isso poderá ser a causa de morte da maioria delas.
Poderia explicar melhor? Doença arterial coronariana, ou aterosclerose (endurecimento das artérias) começa na infância (estudo de 1953, com americanas durante a Guerra da Coreia, publicado no Jornal da Associação Americana- JAMA) e não do dia para a noite.  Aos 10 anos de idade, quase todas as crianças dos EUA com a dieta americana padrão já têm estrias de gordura se acumulando dentro das artérias; é a primeira fase da doença. Essas estrias se transformam em placas de gordura quando temos 20 anos e pioram com o passar do tempo. No cérebro, isso se transforma em AVC. As pessoas podem comer gordura, açúcar, fritura e processados durante a juventude e, aparentemente, estarem ótimas. Mas o que, de fato, está acontecendo em suas artérias? Comer bem não é suficiente. É preciso comer o suficientemente bem para minimizar os riscos de doenças.
Há impressão de que, a cada dia, existe um novo vilão da alimentação. É possível ter tantas comprovações o tempo todo? Ler ou ouvir de alguém que a manteiga ou o bife que você come todo dia faz bem ou que, enfim, a ciência comprova que tal alimento é benéfico, vai vender revista. As pessoas adoram ouvir boas notícias sobre seus hábitos alimentares ruins. E é exatamente essa confusão que a indústria alimentícia quer promover. E o sistema é tão eficiente que as pessoas seguem comprando e consumindo produtos industrializados. E, sim, a fonte de conhecimento é grande, mas os temas relevantes, tudo o que falamos até agora, não mudou muito.
Sendo médico vegano, há quem o critique, dizendo que o senhor é um defensor da causa por razões óbvias. Faz sentido? Eu não defendo uma dieta vegetariana ou vegana. Eu defendo uma dieta baseada em evidências, e o melhor equilíbrio disponível é o que a ciência sugere: quanto mais alimentos vegetais integrais comermos, melhor. Como médico, rótulos como ‘vegetariano’ ou ‘vegano’ apenas me dizem o que você come ou não come. É por isso que eu prefiro o termo nutrição baseada em vegetais. É como se a indústria do tabaco criticasse os cientistas da American Lung Association (Associação Americana do Pulmão) por serem tendenciosos porque não são fumantes. Suas opiniões sobre os cigarros não levaram às suas conclusões científicas, suas conclusões científicas os levaram às suas opiniões. Há coisas melhores para respirar do que fumar e há coisas melhores para comer do que carnes ou laticínios.
As indústrias de carne e laticínios trabalham para matar pessoas? Carnes e laticínios estão relacionados a vários tipos de câncer. E não sou eu quem diz isso; está na lista de alimentos cancerígenos da Organização Mundial de Saúde (OMS). A definição de carne processada (bacon, salsicha, presunto) e, provavelmente não processada, além de produtos lácteos, podem contribuir para doenças cardíacas, derrame, insuficiência renal, entre outras condições. Com a ajuda de algumas bactérias intestinais, a carnitina, encontrada em produtos de origem animal, pode ser convertida em uma toxina conhecida por TMAO, o que contribui para o aparecimento de aterosclerose, por exemplo. Outro carcinogênico é a fumaça de tabaco. Mas os motivos de tais industrias são os mesmos de qualquer outra: ganhar dinheiro. Fiz uma série sobre ovos no meu site (o NutritionFacts.org, o maior portal sem fins lucrativos sobre ciência e nutrição).
No seu livro, o senhor fala sobre a ingestão diária de 11 grupos de alimentos, entre vegetais, frutas, castanhas e temperos, que seriam ideais para a manutenção da saúde. Como chegou a estas conclusões? Levei 17 anos para concluir esta lista que mostro no livro. Esses 11 grupos de alimentos são resultados de grandes estudos e parecem dar o melhor retorno possível para o corpo humano. Há muitos anos, diariamente, leio, pesquiso e reviso os principais trabalhos sobre nutrição. Também falo da importância de 150 minutos de exercícios aeróbicos moderados semanais (caminhada, bicicleta, limpar a casa). 
Como analisam os efeitos de um alimento? Por meio de exames específicos, é possível mostrar que a função da artéria humana está prejudicada em poucas horas após comer uma refeição rica em gordura saturada. Também é possível realizar ensaios clínicos randomizados (nos quais há divisão aleatória de pessoas em dois grupos e provar se a doença é acelerada, interrompida ou revertida por escolhas alimentares), acompanhar grandes populações e suas dietas ao longo do tempo, além de ver quais componentes de suas dietas estão associadas a quais resultados de uma  doença crônica. Há muitas maneiras.
No seu livro, o senhor cita um estudo de pesquisadores brasileiros com a castanha-do-pará: a ingestão de quatro foi suficiente para reverter o colesterol ruim — nove horas após a ingestão dos frutos. Mas o estudo foi feito com 10 pessoas. Confiamos em amostragens tão pequenas? A razão de as grandes empresas fazerem testes com milhares de pessoas se dá pelo risco de efeitos adversos. Se uma droga tem risco de matar uma pessoa que a toma, é outra condição e, claro, exige maior comprovação. Outro exemplo é o resultado preciso de uma droga para certo tipo de doença; logo, é preciso medir seus efeitos. Mas, alimento, se não vai machucar ninguém, você não precisa de testes populacionais. Se você tem um resultado tão significativo como esse, você não precisa testar em um grupo imenso de pessoas. Tudo o que você recebe são benefícios.
As pessoas ainda morrem em decorrência do envelhecimento? Em um estudo com mais de 42 000 autópsias, descobriu-se que centenários, ou seja, aqueles que passaram dos 100 anos, em 100% dos casos examinados, sucumbiram a doenças. Embora a maioria tenha sido avaliada como saudável por seus médicos, nenhum “morreu de velhice”. Vão morrer de doenças sendo as cardíacas, hoje, a maior causa de morte da atualidade.
Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/alimentacao-de-fato-trata-doencas-diz-especialista-americano/ acesso em 01.09.18 às 16:00hs