quinta-feira, 31 de março de 2022

31/3 – Dia da Saúde e da Nutrição

 O Dia da Saúde e da Nutrição, comemorado neste 31/3, é uma oportunidade para debater e avaliar práticas nutricionais e a importância de políticas públicas realistas e preventivas, tais como a redução de sal e açúcar no consumo doméstico e mudanças na rotulagem dos alimentos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, por meio da Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, que os governos formulem e atualizem periodicamente diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição, levando em conta mudanças nos hábitos alimentares e nas condições de saúde da população e o progresso no conhecimento científico. Essas diretrizes têm como propósito apoiar a educação alimentar e nutricional e subsidiar políticas e programas nacionais de alimentação e nutrição.

A prática da boa alimentação começa desde cedo, ao nascimento, com o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida. Após essa fase, a amamentação poderá ser feita de maneira complementar até os 2 anos. Em cada fase da vida (criança, adolescente, adulto ou idoso), o ser humano possui diferentes necessidades nutricionais.

Muitos adultos obesos foram crianças obesas e por essa razão é importante ter um olhar mais cuidadoso para com a alimentação, pois neste inicio da vida há formação, crescimento e desenvolvimento celular, e as informações genéticas são gerenciadas. O excesso de peso do individuo pode provocar problemas de saúde como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e obesidade mórbida.

A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis.

No escopo das ações do governo brasileiro para a promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar para a População Brasileira – Promovendo a Alimentação Saudável, com as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. O Guia se constituiu em um marco de referência para indivíduos e famílias, governos e profissionais de saúde sobre a promoção da alimentação adequada e saudável.

Para uma boa nutrição é necessário ter uma dieta regular e equilibrada, buscando fornecer a quantidade e a variedade adequadas de nutrientes para o organismo.

Confira algumas dicas e atitudes que podem fazer a diferença na sua alimentação, refletindo diretamente na sua saúde:

– Evite o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
– Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
– Beba bastante água;
– Reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
– Faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico;
– Faça exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após avaliação médica;
– Durma pelo menos 8h num período de 24h.

Fontes:

Associação Brasileira de Nutrição
Engemed
Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira

https://bvsms.saude.gov.br/31-3-dia-da-saude-e-da-nutricao/ acesso em 31.01.22 às 08;25hs

Casos de câncer aumentam, e impacto maior é em países com pior índice sociodemográfico

 Os casos de câncer cresceram 26% de 2010 a 2019, quando foram registrados 23,6 milhões novos diagnósticos da doença em todo o mundo, ante 18,7 milhões em 2010. No mesmo período, as mortes causadas por câncer tiveram aumento de 20,9%, passando de 8,29 milhões, em 2010, para dez milhões, em 2019.

Além disso, mais de 250 milhões de anos de vida perdidos por incapacidade (DALY, na sigla em inglês) foram registrados pela doença no mesmo ano, um aumento de 16% em comparação ao início da década. Em 2010, esse número era de 216 milhões.

Os resultados são da análise do Peso Global do Câncer, publicado no fim de 2021, com dados de 204 países e territórios, incluindo o Brasil. O relatório substitui a versão anterior, de 2017, que havia apontado um crescimento de 33% no número de novos casos de 2007 a 2017.

Os cinco principais tipos de câncer reportados, excluindo os cânceres de pele do tipo não melanoma, foram: de pulmão, brônquios e traqueia, correspondendo a 18,3% do total de DALYs relacionados a câncer; colorretal (9,7%); estômago (8,9%); câncer de mama (8,2%); e fígado (5%).

Segundo especialistas, o DALY é o indicador que melhor ilustra como uma doença pode afetar a saúde populacional. Nele, são calculados os anos de vida perdidos pela doença (YLLs, na sigla em inglês), referentes a quantos anos menos de vida um indivíduo teve em relação à expectativa de vida populacional, e os anos convivendo com a doença (YLDs), que pode indicar perda na qualidade de vida.

Além dos dados de novos casos e novas mortes, o estudo avaliou a incidência e a mortalidade em diferentes regiões segundo o índice sociodemográfico (SDI), que reúne dados de escolaridade, renda per capita e quantidade de filhos até os 25 anos.

No estudo, países com SDI elevado registraram pela primeira vez o câncer como a principal causa de DALY na última década, frente às doenças cardiovasculares, que ainda representam globalmente a principal causa de mortalidade. Os países ricos também registraram o maior número de casos globalmente e maior incidência por faixa etária.

Já nos países de SDI médio, apesar de registrarem o maior número absoluto de DALYs relacionados ao câncer e o maior número de mortes, os autores ressaltaram que esses países concentraram também a maior faixa de população na análise.

Por fim, os países com menor SDI, apesar de registrarem os menores índices de incidência e casos de câncer, tiveram o maior aumento proporcional na última década e o maior peso do câncer na mortalidade populacional.

Para o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Lotufo, assim como outras doenças chamadas não transmissíveis (DNTs), o peso do câncer está associado diretamente aos índices socioeconômicos. "Em São Paulo, há uma diferença entre as mulheres de classe média e alta e as de classes mais baixas em relação à incidência de câncer de colo de útero. As mulheres mais pobres têm uma mortalidade muito elevada desse tipo de câncer", diz.

Na última década, houve também uma mudança significativa na posição dos principais tipos de câncer, com o câncer colorretal subindo de terceira para segunda principal causa de anos perdidos por doença, e o de fígado de sétima para quinta posição. Já o câncer de pulmão permaneceu, assim como nas análises anteriores, como o tipo de câncer mais comum, exceto o câncer de pele do tipo não melanoma.

Segundo a oncologista, cirurgiã de cabeça e pescoço e epidemiologista chefe do departamento de Epidemiologia e Estatística do Hospital A. C. Camargo, Maria Paula Curado, o fato de o câncer número um de casos e mortalidade ainda ser o de pulmão, que tem um fator de risco que pode ser prevenido, preocupa. "Apesar de ter várias políticas públicas para redução do tabagismo, ele continua sendo o câncer mais comum e a principal causa de anos perdidos por incapacidade", diz.

Apesar de os índices terem melhorado em comparação a 2017, especialistas dizem que os novos casos de câncer em todo o mundo devem crescer nos próximos anos devido ao represamento de novos diagnósticos provocado pela pandemia de Covid-19.

Segundo os autores do estudo, é nas regiões mais pobres onde foi registrado o maior crescimento absoluto de casos e mortes relacionados a câncer entre 2010 e 2019, e a tendência de aumento pode levar à previsão de, até 2040, dois terços dos casos globais de câncer serem registrados em países com baixo SDI.

 Para Curado, os casos em países de baixo índice sociodemográfico provavelmente estão represados, o que explica essa tendência de aumento até 2040. "Os países chamados em desenvolvimento estão aprendendo agora e adotando novas técnicas de diagnóstico e tratamentos, por isso vai haver um aumento na incidência nos próximos vinte anos", diz.

Em relação às mortes, Lotufo afirma que há dois fatores que explicam esse aumento nos países de baixo SDI da mortalidade quando comparados aos países ricos. "Primeiro, o diagnóstico precoce, que nos países desenvolvidos é muito mais avançado. A outra é a expectativa de vida, que é também mais elevada nesses países. Quanto mais as pessoas vivem, maiores são as chances de descobrirem algum tipo de câncer, mas não necessariamente será a causa de morte delas", explica.

A capacidade do sistema de saúde é outro fator limitante, segundo Curado. "O paciente com câncer hoje em um sistema de saúde público em países de baixo SDI sofre com a demora de exames, de tratamento, de tudo. O sistema ainda é injusto para esses pacientes", afirma.

Fonte: Folha de S.Paulo in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/casos-de-cancer-aumentam-e-impacto-maior-e-em-paises-com-pior-indice-sociodemografico/15292/7/ acesso em 31.03.2022 às 08:22hs

quarta-feira, 30 de março de 2022

Estudo: Adoçantes artificiais aumentam as chances de câncer

 Um novo estudo publicado no periódico científico PLOS Medicine revelou que pode haver uma ligação entre o consumo de adoçantes artificiais e o desenvolvimento de câncer. A pesquisa levou em conta a participação de mais de cem mil voluntários ao longo de dez anos.

Os principais adoçantes analisados pelos cientistas foram o aspartame e o acesulfame-K, ambos muito comuns em refrigerantes e bebidas do tipo. Os tipos de câncer mais comuns associados à ingestão dessas substâncias foram o câncer de mama e aqueles ligados à obesidade.

Produtos que contêm aspartame e acesulfame-K são extremamente comuns, apesar da existência de trabalhos científicos que sugerem a presença de malefícios por eles causados. Organizações como o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos e o Cancer Research do Reino Unido negam que adoçantes artificiais levem ao desenvolvimento de câncer.

Ao longo da pesquisa, em que os participantes enviavam aos especialistas registros de tudo que consumiam, refrigerantes representavam mais de 50% dos adoçantes ingeridos, enquanto iogurtes e queijos representavam 8% e sachês de adoçante, 29%. Como resultado, foi concluído que as pessoas que consumiam as maiores quantidades de adoçante possuíam chances 13% maiores de apresentar algum tipo de câncer do que os indivíduos que não ingeriam a substância.

Fonte: Veja in http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estudo-adocantes-artificiais-aumentam-as-chances-de-cancer/15296/7/ acesso em 30.03.2022 às 21:17hs



REDE DE ATENÇÃO EM ONCOLOGIA - O GRANDE DESAFIO

Sendo o câncer uma questão de saúde pública deve ser  olhado visando o diagnóstico precoce e a prevenção, deixando de estar centrado no tratamento em fases avançadas. A realidade atual que vemos é de um grande número de pacientes que iniciam tratamento tardiamente. 

Fechar um diagnóstico de câncer requer um certo esforço para a realização de consultas, exames e biópsia o que nem sempre ocorre num prazo razoável. Aliado a demora o paciente e seus familiares enfrentarão os desencontros na saúde pública que serão mais um motivo de estresse.

Para modificar essa realidade precisamos de um grande e coordenado esforço que envolva os diversos entes da saúde pública, as lideranças políticas e sociais. Dentro da realidade que vivemos hoje não se constrói uma rede de atenção ao paciente oncológico com o empenho de uma única autoridade pública. Atualmente o paciente disputa cotas com outros doentes para fazer seu diagnóstico e, quando inicia seu tratamento nem sempre sabe onde será atendido, se tiver qualquer problema de saúde. A rede de urgência e emergência tem estrutura e está preparada para receber o paciente oncológico? Temos visto casos de pacientes que peregrinam em unidade de pronto atendimento, em pronto-socorro de hospitais, em busca de atendimento para intercorrências.  É lamentável que um paciente, já fragilizado pelo tratamento, passe por dificuldades quando precisa de um atendimento rápido. 

Precisamos nos unir para mudar essa situação, criar um novo panorama de saúde oncológica, o que passa pelo investimento de mais recursos, criação ou melhoramento da estrutura existente e modernização da administração dos recursos.


Sueli Dias

Grupo Se Toque