Grupo Se Toque atendeu
450 mulheres e mapeou medos e sonhos das itabunenses no 08 de Março
Encerrando a programação de atividades em homenagem ao mês
da mulher, o Grupo Se Toque realizou uma Ação Social na manhã do dia 08 de
março, na Praça Olinto Leoni, no centro de Itabuna. Foram oferecidos serviços
de orientação em saúde, através de uma equipe multidisciplinar, aos quais 450
mulheres receberam atendimentos. Além do serviço oferecido ao público foi
realizada uma enquete com as mulheres para identificar, no contexto atual, dois
grandes sentimentos: seus medos e seus sonhos.
De acordo com Sueli Dias, coordenadora do Se Toque, a
enquete ofereceu a oportunidade de compreender um pouco da vida dessas pessoas,
com idade entre 28 e 84 anos, que expuseram um pouco de sua existência. Ela
explica que apesar do avanço das leis protetivas da mulher, a ocorrência diária de casos de
desrespeito gera medo, limitando a vida
de muitas mulheres e de seus filhos; resultando algumas vezes em grandes
tragédias. Por isso, as respostas dessa pequena amostra confirmam o retrato da
sociedade em que vivemos, onde os maiores medos são da violência, de doenças e perda
de familiares. Houve relatos ainda de medos comuns a todos os seres humanos
como solidão, morte, velhice, traição,
escuro, multidão e destruição do mundo.
Com relação ao grande sonho das mulheres, a pesquisa mostrou
que em sua maioria o retrato de desejos básicos são: ter saúde, ter casa própria e ter paz. Poucas pessoas se
referiram a realizações pessoais como viajar, ter um carro, ter um emprego fixo, casar ou aposentar. Outros desejos ainda dizem respeito às
conquistas dos familiares: educação ou emprego para filhos e netos e melhoria
do ambiente onde vivem.
“Em sua maioria os medos e os sonhos relatados na enquete
dizem respeito a questões de políticas públicas do País: a insegurança pública,
a precariedade dos serviços de saúde, o
desemprego a falta de perspectivas e oportunidades para os jovens. São
situações que modelam e direcionam nossas expectativas em relação ao que
queremos ser e ao que conseguiremos alcançar”, relatou Sueli.
Ela lembra ainda que a literatura fala que o medo se forma a
partir de crenças e de situações hipotéticas criadas pelo cérebro mas, no
contexto atual, a realidade tem sido
muito dura e tem limitado a capacidade das pessoas de superar obstáculos. “As limitações não são apenas psicológicas
mas fruto de vivências e sofrimentos enfrentados diariamente em nosso ambiente e muitas vezes até
banalizados pela sociedade”, comentou.
De acordo com a pesquisa, as mulheres não estão buscando
beleza ou prazer, estão apenas tentando sobreviver. Querem apenas viver e proteger suas famílias, ter um
teto, um trabalho, o mínimo de amparo para não terem uma existência limitada. São mulheres que já abriram mão de sonhos
grandiosos é o pouco que lhes resta não pode ser tirado. “Precisamos de uma
sociedade solidária, cooperativa, que permita o desenvolvimento pleno de todos
os seres humanos”, afirmou a coordenadora ressaltando que paralelo
à responsabilidade dos entes públicos há a tarefa de cada indivíduo no sentido
de despertar para um novo olhar, um novo agir visando a mudança de mentalidade
e comportamento para que se possa mudar a cultura bizarra do desrespeito e
produzir gerações mais civilizadas.
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