Os efeitos colaterais da quimioterapia
01.03.2013
O paciente diagnosticado com câncer pode, em algum momento, ser submetido àquimioterapia e, embora não tenha a real dimensão do tratamento, já chega ao consultório médico ciente de que a abordagem é acompanhada de algumas consequências, como queda de cabelo, infecções, febre e vômito.
Esses efeitos colaterais da quimioterapia são resultado das medicações, que interferem diretamente na capacidade de multiplicação das células, sejam normais ou tumorais, e variam de acordo com o tipo e dosagem dos medicamentos. Em cada pessoa, as reações podem ser diferentes, variando em freqüência e intensidade.
Alguns sintomas duram pouco tempo após a aplicação da quimioterapia, outros podem durar todo o tratamento, persistindo, inclusive, após seu término. A boa notícia é que a maioria desses desconfortos cessa com o término das sessões e ainda existem certos cuidados que podem reduzi-los, tornando o tratamento o mais tolerável possível.
"A quimioterapia é um tratamento muito amplo e há uma centena de medicamentos e combinações que podem ser feitas. Muitas vezes o efeito colateral que afeta uma pessoa não é o mesmo de outra. O tipo e a associação da medicação utilizada e a sensibilidade do paciente vão influenciar na reação do organismo ao tratamento", explica Dra. Solange Sanches, Oncologista Clínica do A.C.Camargo.
Febre, Náusea, Vômito e Diarréia
A febre pode ocorrer durante o tratamento e requer uma investigação imediata, pois pode ser sinal de uma infecção, resultado da queda de resistência. Já náuseas, vômitos e diarréia podem ser controlados com medicamentos específicos, conforme orientação médica. "Se algum desses efeitos for persistente e não estiver sendo controlado, o ideal é procurar o pronto socorro do Hospital onde que o tratamento está sendo feito", diz a oncologista.
Infecção
A infecção é uma complicação do tratamento que pode ocorrer devido à redução das barreiras de proteção do corpo (integridade da pele e das mucosas, por exemplo) e dos glóbulos brancos. Com menor número de leucócitos no sangue, o risco de invasão por agentes como vírus, bactérias, fungos e outros parasitas aumenta. A prevenção é a chave para combater esta possível complicação: cuide da pele e das unhas, evite locais fechados e aglomerados, evite contato com animais e pessoas que estejam com doenças contagiosas e conserve e prepare os alimentos de forma segura.
Queda de cabelo
A alopecia é característica de apenas alguns medicamentos, que agem nas células que estão se multiplicando e crescendo. A célula do folículo piloso, que dá origem à estrutura do cabelo, quando sofre a ação da quimioterapia, se desprega e cai. Isto ocorre geralmente cerca de duas a três semanas após o início da quimioterapia e é completamente reversível após o término do tratamento.
"A queda de cabelo pode ser bastante rápida e muito impactante do ponto de vista emocional. É importante que a pessoa já tenha preparado antecipadamente sua estratégia para o efeito colateral: peruca, lenço, chapéu, bonés e protetor solar para esta área sensível e antes não exposta ao sol", alerta a oncologista.
Mucosite
As lesões na cavidade oral podem variar de uma leve vermelhidão até feridas graves. Um dos sintomas mais comuns é sentir a mucosa mais fina e sensível. É importante manter uma higienização adequada, utilizando escova de dentes de cerdas macias, creme dental suave e enxaguantes bucais sem álcool, para diminuir a proporção de agentes patogênicos como fungos, vírus e bactérias, além de proteger mais a mucosa.
Toxicidade do sangue
O sangue é composto pelos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Quando o tratamento atinge essas células, a queda de glóbulos brancos, por exemplo, baixa a resistência, aumentando o risco de infecções; a diminuição de glóbulos vermelhos leva à anemia e consequente cansaço; já com a queda das plaquetas, o risco maior é de sangramento.
Infertilidade
A infertilidade não acomete necessariamente todos os pacientes, pois depende muito da medicação e, na maioria das vezes, é reversível. Nos casos em que o risco é maior, existe a possibilidade de preservação de espermatozoides e óvulos.
Para o homem jovem, ou que ainda quer ter filhos, a sugestão é a preservação do esperma. Para a mulher, não há taxas que mostrem se determinada quimioterapia oferece mais riscos que outra, mas também é possível optar pela coleta e preservação dos óvulos.
Esses procedimentos devem ser discutidos com o médico, caso a caso, avaliando o tempo demandado para a coleta e preservação dos espermatozoides ou óvulos, além da possibilidade de uma fertilização posterior ao tratamento.
Segundo com Dra. Solange, as mulheres em idade fértil e em quimioterapia devem discutir com o médico as opções possíveis dentro de seu caso, para evitar a gravidez durante o tratamento. "Muitas vezes, a menstruação sofre alterações, mas isso não significa que não há ovulação. O médico deve avaliar cada caso para orientar a paciente sobre o método de prevenção mais adequado", completa.
Inapetência
O tratamento pode induzir à falta de apetite e pode causar perda de peso, conseqüência de uma nutrição inadequada. Ingerir líquidos vagarosamente e se alimentar várias vezes ao dia e em quantidades menores amenizam esse quadro. A orientação nutricional deve ser específica para cada caso e supervisionada por um nutricionista especializado, pois alinhar as necessidades às preferências nutricionais do paciente é muito importante neste contexto.
A melhor conduta no tratamento é determinada pelo oncologista, que leva em consideração fatores como idade, sexo, peso, condição de saúde e histórico clínico, além das características próprias do tumor. No Hospital A.C.Camargo, uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, farmacêuticos, nutricionistas e enfermeiros, atua avaliando e acompanhando cada caso a fim de minimizar ao máximo o desconforto do tratamento.
Dra. Solange Moraes Sanches - CRM 66744
Departamento de Oncologia Clínica do Hospital A.C.Camargo
Esses efeitos colaterais da quimioterapia são resultado das medicações, que interferem diretamente na capacidade de multiplicação das células, sejam normais ou tumorais, e variam de acordo com o tipo e dosagem dos medicamentos. Em cada pessoa, as reações podem ser diferentes, variando em freqüência e intensidade.
Alguns sintomas duram pouco tempo após a aplicação da quimioterapia, outros podem durar todo o tratamento, persistindo, inclusive, após seu término. A boa notícia é que a maioria desses desconfortos cessa com o término das sessões e ainda existem certos cuidados que podem reduzi-los, tornando o tratamento o mais tolerável possível.
"A quimioterapia é um tratamento muito amplo e há uma centena de medicamentos e combinações que podem ser feitas. Muitas vezes o efeito colateral que afeta uma pessoa não é o mesmo de outra. O tipo e a associação da medicação utilizada e a sensibilidade do paciente vão influenciar na reação do organismo ao tratamento", explica Dra. Solange Sanches, Oncologista Clínica do A.C.Camargo.
Febre, Náusea, Vômito e Diarréia
A febre pode ocorrer durante o tratamento e requer uma investigação imediata, pois pode ser sinal de uma infecção, resultado da queda de resistência. Já náuseas, vômitos e diarréia podem ser controlados com medicamentos específicos, conforme orientação médica. "Se algum desses efeitos for persistente e não estiver sendo controlado, o ideal é procurar o pronto socorro do Hospital onde que o tratamento está sendo feito", diz a oncologista.
Infecção
A infecção é uma complicação do tratamento que pode ocorrer devido à redução das barreiras de proteção do corpo (integridade da pele e das mucosas, por exemplo) e dos glóbulos brancos. Com menor número de leucócitos no sangue, o risco de invasão por agentes como vírus, bactérias, fungos e outros parasitas aumenta. A prevenção é a chave para combater esta possível complicação: cuide da pele e das unhas, evite locais fechados e aglomerados, evite contato com animais e pessoas que estejam com doenças contagiosas e conserve e prepare os alimentos de forma segura.
Queda de cabelo
A alopecia é característica de apenas alguns medicamentos, que agem nas células que estão se multiplicando e crescendo. A célula do folículo piloso, que dá origem à estrutura do cabelo, quando sofre a ação da quimioterapia, se desprega e cai. Isto ocorre geralmente cerca de duas a três semanas após o início da quimioterapia e é completamente reversível após o término do tratamento.
"A queda de cabelo pode ser bastante rápida e muito impactante do ponto de vista emocional. É importante que a pessoa já tenha preparado antecipadamente sua estratégia para o efeito colateral: peruca, lenço, chapéu, bonés e protetor solar para esta área sensível e antes não exposta ao sol", alerta a oncologista.
Mucosite
As lesões na cavidade oral podem variar de uma leve vermelhidão até feridas graves. Um dos sintomas mais comuns é sentir a mucosa mais fina e sensível. É importante manter uma higienização adequada, utilizando escova de dentes de cerdas macias, creme dental suave e enxaguantes bucais sem álcool, para diminuir a proporção de agentes patogênicos como fungos, vírus e bactérias, além de proteger mais a mucosa.
Toxicidade do sangue
O sangue é composto pelos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Quando o tratamento atinge essas células, a queda de glóbulos brancos, por exemplo, baixa a resistência, aumentando o risco de infecções; a diminuição de glóbulos vermelhos leva à anemia e consequente cansaço; já com a queda das plaquetas, o risco maior é de sangramento.
Infertilidade
A infertilidade não acomete necessariamente todos os pacientes, pois depende muito da medicação e, na maioria das vezes, é reversível. Nos casos em que o risco é maior, existe a possibilidade de preservação de espermatozoides e óvulos.
Para o homem jovem, ou que ainda quer ter filhos, a sugestão é a preservação do esperma. Para a mulher, não há taxas que mostrem se determinada quimioterapia oferece mais riscos que outra, mas também é possível optar pela coleta e preservação dos óvulos.
Esses procedimentos devem ser discutidos com o médico, caso a caso, avaliando o tempo demandado para a coleta e preservação dos espermatozoides ou óvulos, além da possibilidade de uma fertilização posterior ao tratamento.
Segundo com Dra. Solange, as mulheres em idade fértil e em quimioterapia devem discutir com o médico as opções possíveis dentro de seu caso, para evitar a gravidez durante o tratamento. "Muitas vezes, a menstruação sofre alterações, mas isso não significa que não há ovulação. O médico deve avaliar cada caso para orientar a paciente sobre o método de prevenção mais adequado", completa.
Inapetência
O tratamento pode induzir à falta de apetite e pode causar perda de peso, conseqüência de uma nutrição inadequada. Ingerir líquidos vagarosamente e se alimentar várias vezes ao dia e em quantidades menores amenizam esse quadro. A orientação nutricional deve ser específica para cada caso e supervisionada por um nutricionista especializado, pois alinhar as necessidades às preferências nutricionais do paciente é muito importante neste contexto.
A melhor conduta no tratamento é determinada pelo oncologista, que leva em consideração fatores como idade, sexo, peso, condição de saúde e histórico clínico, além das características próprias do tumor. No Hospital A.C.Camargo, uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, farmacêuticos, nutricionistas e enfermeiros, atua avaliando e acompanhando cada caso a fim de minimizar ao máximo o desconforto do tratamento.
Dra. Solange Moraes Sanches - CRM 66744
Departamento de Oncologia Clínica do Hospital A.C.Camargo
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