terça-feira, 9 de abril de 2019

Conheça efeitos dos exercícios na saúde a curto, médio e longo prazos

As doenças cardiovasculares foram responsáveis por quase 18 milhões de mortes ao redor do mundo em 2015, sendo, portanto, um fardo para a saúde e, também, para a economia globais. Atualmente, se têm bem documentados os benefícios da atividade física e exercícios aeróbicos sobre a saúde cardiometabólica, com evidentes impactos positivos na pressão arterial (PA), glicemia, distúrbios do colesterol e função endotelial.
Quando se fala em exercício (treinamento) resistido – no inglês Resistance Exercise Training (RET) – sabe-se bem das implicações positivas sobre a manutenção da força e da massa muscular esquelética. Visando ampliar o conhecimento sobre o impacto do RET nas condições cardiometabólicas, um grupo do Reino Unido realizou uma revisão sistemática com metanálise, publicando o estudo em meados de 2018.
Os resultados foram os seguintes:
  • Pressão arterial de repouso com reduções de até 5 mmHg nos componentes sistólico (PAS) e diastólico (PAD), tanto para o médio, quanto para o longo prazo, sendo mais pronunciadas em indivíduos acima de 41 anos. Essas reduções foram semelhantes às encontradas nos estudos com exercícios aeróbicos.
  • VO2max: aumento no curto e médio prazo (parâmetro diretamente relacionado ao condicionamento físico do indivíduo), com maior impacto em indivíduos em elevado risco cardiovascular (RCV).
  • Função endotelial: importante melhora, a médio prazo, da dilatação arterial mediada por fluxo (flow-mediated dilatation, em inglês). O mecanismo de melhora está ligado ao metabolismo do óxido nítrico, não se restringindo apenas ao músculo exercitado, e sim com benefícios sistêmicos. Para efeito de causa, ressalta-se que uma piora de 1% neste parâmetro, aumenta em 13% o risco de algum evento cardiovascular futuro.
  • Biomarcadores sanguíneos: reduções importantes na insulina de jejum e no HOMA-IR. Em indivíduos mais velhos houve impacto positivo, a curto e médio prazo, sobre o colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, glicemia de jejum e proteína C reativa.
Os pesquisadores concluem o estudo salientando que além dos inúmeros benefícios, há grande a segurança no RET, uma vez que mais de dois terços dos ensaios analisados não apresentaram efeito adverso algum.
Em tempo, a definição de RET é a atividade muscular, executada de forma programada e controlada, contra uma carga externa ou peso corporal. Logo, tal atividade pode ser mais fácil de ser implementada e sustentada em ambiente residenciais, uma vez que pode ser realizada em locais fechados, com espaço, tempo e equipamentos limitados. Obviamente, desde que previamente bem instruídos por profissional de educação e acompanhados pelo médico do esporte e exercício.
Autor: Renato Bordignon . Graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ⦁ Pós-graduação em Medicina do Esporte e do Exercício pelo Instituto HZM ⦁ Médico da Prefeitura Municipal de Blumenau ⦁ Médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192/SC.

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