sexta-feira, 15 de março de 2024

COMO ENFRENTAR O MEDO?

 medo - DOME - VEM DE DOMAR

O medo pode estar associado a uma fantasia

Há vários tipos de medo.

Medo patológico - paralisa gera impotência, limita, desgasta, estressa, faz sofrer.

Estratégias para o medo: fugir ou enfrentar

Exposição gradual ao medo. Começar imaginando


quinta-feira, 14 de março de 2024

Após o câncer, mulheres têm dificuldade de voltarem ao mercado de trabalho

 Estudo revela que mulheres enfrentam dificuldade em manter suas atividades laborais após o diagnóstico da doença

Uma pesquisa realizada pelo IBGE mostrou que as mulheres são o grupo que menos conseguem empregos, mesmo sendo o maior grupo em idade ativa para trabalhar. Ao fazer o recorte dessa realidade no que se refere a mulheres com câncer, é possível notar que as taxas de sobrevivência têm crescido, mas pouco se fala sobre a qualidade de vida dessas mulheres. 

Um estudo recente liderado pela oncologista e pesquisadora brasileira Luciana Landeiro, revelou que mulheres com diagnóstico de câncer de mama, mesmo aquelas que já enfrentaram a doença, têm menos chances no mercado de trabalho.

A pesquisa foi realizada em mulheres com idade entre 18 e 57 anos que foram entrevistadas por telefone com 6, 12 e 24 meses após o diagnóstico de câncer de mama. Antes do diagnóstico, 81% das pacientes tinham emprego em tempo integral e 59,5% relataram que eram as principais responsáveis pela renda familiar. A maioria das pacientes (94%) gostava de sua atividade de trabalho e recebeu apoio de seu empregador (73%) depois da identificação da doença.

No entanto, apenas 29,1% de mulheres relataram ter sido oferecido algum tipo de ajuste no seu trabalho, condição importante para lidar com os efeitos adversos do tratamento. "As mulheres que receberam ajustes na função por parte de seus empregadores tiveram 37 vezes mais chances de retornar ao trabalho", diz a médica. Aproximadamente 80% das pacientes tinham baixa renda familiar (com menos de quatro salários mínimo/mês por família). 

Aos seis meses após o diagnóstico de câncer de mama, a taxa de retorno ao trabalho foi de 21,5%. Um ano após o diagnóstico, essa taxa ficou em 30,3% e após dois anos do diagnóstico da doença a taxa registrada foi de 60,4%. Segundo a Dra. Luciana, as taxas de retorno foram menores que as registradas em pesquisas realizadas na América do Norte e na Europa.

Pacientes submetidas à mastectomia (retirada cirúrgica completa da mama), que foram diagnosticadas com depressão após o câncer ou que experimentaram dor retornaram significativamente menos para suas atividades de trabalho. A pesquisa também revelou que a chance de retornar ao trabalho foi nove vezes menor entre as mulheres tratadas com terapia endócrina.

O estudo também concluiu que as mulheres que recebiam dois ou mais salários mínimos tinham 17 vezes mais chance de retornar ao trabalho do que as que ganhavam menos. As mulheres que se submeteram à cirurgia conservadora (que retira o tumor e preserva a maior parte possível da mama) também apresentaram vantagens em comparação às que foram submetidas à mastectomia (retirada cirúrgica da mama). A chance de reinserção no mercado de trabalho foi nove vezes maior para elas.

Doença 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 66 mil mulheres são diagnosticadas com câncer anualmente, por isso é preciso desenvolver estratégias com foco na assistência e reabilitação para a volta ao trabalho, assim como estimular o mercado a dar oportunidades às pacientes oncológicas.

"Após o tratamento, as pacientes precisam retomar sua vida normal. O retorno ao trabalho faz parte do retorno à normalidade, contudo esse tema é pouco visitado e discutido. Acredito que a criação de programas de inclusão no mercado de trabalho para pacientes oncológicos poderia ser uma das formas de melhorarmos o número de pacientes que retornam às suas atividades laborais após o câncer", afirma a Dra. Luciana Landeiro.

Pesquisa

A argumentação "Retorno ao trabalho após o diagnóstico do câncer de mama: Estudo prospectivo observacional no Brasil" é resultado da tese de doutorado da médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e foi publicada na Revista Câncer, publicação cientifica norte-americana e uma das principais revistas internacionais na área de oncologia.

Fonte: https://www.marcelacammarota.com.br/post/ap%C3%B3s-o-c%C3%A2ncer-mulheres-t%C3%AAm-dificuldade-de-voltarem-ao-mercado-de-trabalho acesso em 14.03.24 às 11;48h

sábado, 9 de março de 2024

10 de março - Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo

 Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo reforça a importância de manter o corpo em movimento

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 23% dos brasileiros adultos são sedentários

O Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo é celebrado no dia 10 de março e visa reforçar a importância de praticar atividade física, ou mesmo interromper a repetição de movimentos durante o trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), cerca de 23% dos brasileiros são sedentários, o que pode ocasionar em Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

Sabendo do aumento de casos de LER/DORT e do não preparo dos colaboradores, as empresas podem tomar algumas medidas para reverter o quadro de sedentarismo, como o incentivo à ginástica laboral, alongamentos, inclusão de pausas para levantar da cadeira, caminhar, mudar a frequência de movimentos.

A orientação do Neto Moreno – médico do trabalho e especialista em exercício e esporte, diretor da Trabt Medicina e Segurança do Trabalho – é que as empresas recomendem pausas para movimentar o corpo. “É importante ter um tempo para pausas curtas ao longo da jornada de trabalho para movimentar o corpo e evitar o esgotamento mental. Uma opção para as empresas é incluir a ginastica laboral de curta duração (10/15 minutos), que bonifica a saúde do colaborador, além de reduzir a sensação de fadiga e esgotamento no final da jornada”.

Para reverter o quadro de sedentarismo, o médico do trabalho recomenda palestras que reforcem a necessidade da atividade física. “As empresas podem promover palestras explicando sobre a necessidade e importância da atividade física diária com uma intensidade maior, para complementar a ginástica laboral. Não seria apenas para melhorar o desempenho profissional, mas sim como prevenção e tratamento de diversas doenças físicas e mentais que estão cada vez mais presente na nossa realidade”.

A LER/DORT está se tornando comum em grandes empresas e, para controlar os casos, algumas ações são recomendadas. “Sempre adequar o posto de trabalho de acordo com as características físicas e com atividade do funcionário, não permitir que o colaborador realize força nem pressão exageradas, repetitivas ou frequentes e, se necessário, em atividades que exijam mais esforços, ter um fisioterapeuta realizando sessões preventivas esporádicas na empresa”, recomenda o médico especialista.

Fonte: https://fbh.com.br/dia-mundial-de-combate-ao-sedentarismo-reforca-a-importancia-de-manter-o-corpo-em-movimento/ acesso em 09.03.24 às 20:32h

segunda-feira, 4 de março de 2024

FISIOTERAPIA PÓS-MASTECTOMIA: POR QUE É TÃO IMPORTANTE?

 A fisioterapia pós-mastectomia é essencial para prevenção de linfedemas e recuperação dos movimentos dos braços. 

 

A cirurgia de câncer de mama, na maioria das vezes, não fica restrita somente à região dos seios. Ela também pode se estender para a região das axilas e afetar toda a cadeia de linfonodos (gânglios) próxima a essa área. 

Portanto, uma cirurgia desse porte pode afetar os movimentos do braço e dos ombros, limitar o uso da mão e também causar linfedema (acúmulo de linfa – líquido que circula no sistema linfático – devido a retirada dos gânglios linfáticos), uma das complicações mais frequentes após a mastectomia. E além da fisioterapia ser fundamental no pós-operatório, a paciente também pode se beneficiar da prática antes mesmo da cirurgia. “Essas consultas iniciais servem para a avaliação de alterações posturais, nível de condicionamento físico, fortalecimento muscular, além de ensinar técnicas de relaxamento e bem-estar”, explica Renata Félix, fisioterapeuta do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

Veja também: Mastectomia – Cuidados no pós operatório

 

Fisioterapia pós-mastectomia

No pós-operatório, o objetivo da fisioterapia é controlar a dor, principalmente na região do pescoço, prevenir ou tratar os linfedemas, recuperar a perda de força muscular, manter a amplitude de movimento do membro superior e evitar o encurtamento muscular. 

“Atuamos logo após a cirurgia, ainda no hospital, através de orientações posturais adequadas, movimentos livres ou assistidos e exercícios respiratórios. O braço do lado operado precisa ficar livre e de preferência elevado sobre um travesseiro, não pode deitar sobre ele e a paciente deve fazer movimentos leves, sem ficar estático”, diz Raquel dos Santos Tavarone Campaner, fisioterapeuta pós-graduada em hidroterapia neurológica e ortopédica. 

São necessários alguns cuidados, principalmente nos 30 primeiros dias após a cirurgia.”É importante que a paciente não realize um tracionamento excessivo na área onde foi feita a cirurgia, então é preciso um certo cuidado com o movimento de flexão e abdução de ombros acima de 90 graus. Se houver deiscência da sutura cirúrgica [abertura dos pontos] é preciso esperar a cicatrização. O ideal é uma movimentação de acordo com o limite de cada paciente, de forma confortável, respeitando o limite de dor e evoluindo de forma progressiva”, diz Renata. 

 

Recuperação domiciliar

Nesse período pós-hospitalar, além das sessões individualizadas de fisioterapia, as pacientes são orientadas a realizar exercícios motores e respiratórios em casa para mobilizar o diafragma e fortalecer os membros superiores. É importante salientar que os exercícios respiratórios são muito importantes, pois ajudarão a recuperar a função pulmonar e prevenir complicações respiratórias.

O principal desafio dessa etapa é fazer com que a paciente consiga executar com mais facilidade suas atividades diárias, como se vestir, tomar banho, pentear o cabelo e abotoar o sutiã. 

“Também entramos com exercícios posturais, pois a diminuição do peso devido a retirada da mama favorece a inclinação lateral do tronco. Orientamos também a paciente a fazer uma automassagem, que é uma drenagem linfática que ele mesmo fará no seu corpo e ajudará a prevenir a presença de inchaço no braço“, explica Raquel. 

A paciente também é orientada sobre a posição correta na hora de dormir. O ideal é que ela fique em decúbito dorsal (deitada sobre as costas, com a cabeça levemente acima do nível dos pés, braços e pernas estendidos), com o braço do lado operado em cima de um travesseiro, ou em decúbito lateral (deitada de lado, virada para a esquerda ou para a direita), com o braço do lado operado para cima, abraçando o travesseiro.

Lembre-se: pacientes tratadas pelo SUS, além do mastologista e oncologista, têm direito ao acompanhamento de outros profissionais de saúde, como psicólogo e fisioterapeuta. 

Além disso, o Ministério da Saúde disponibiliza uma cartilha com orientações fisioterapêuticas pós-cirurgia que podem ajudar na recuperação.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/oncologia/fisioterapia-pos-mastectomia-por-que-e-tao-importante/ acesso em 04.03.24 às 15:15h


MULHER

 Descreve do jeito que bem entender

Descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei amar
Que eu também sei sonhar
Que meu nome é mulher

Descreve meus olhos
Meu corpo, meu porte
Me diz que sou forte, que sou como a flor
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita e sou feita de amor

Descreve a beleza da pele morena
Me chama de loira, selvagem, serena
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita e sou feita de mel

Descreve do jeito que bem entender
Descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei sonhar
Que eu também sei lutar
Que meu nome é mulher

Descreve a tristeza que tenho nos olhos
Comenta a malícia que tenho no andar
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita na hora de amar

Descreve as angústias da fome e do medo
Descreve o segredo que eu guardo pra mim
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita, qual puro jasmim

Descreve do jeito que bem entender
Descreve seu moço

Canto da Mulher Latino-Americana

Padre Zezinho

Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei amar
Que eu também sei lutar
Que meu nome é mulher

Descreve também a tristeza que sinto
Confesso não e minto que choro de dor
Tristeza de ver humilhado meu homem
Meus filhos com fome, meu lar sem amor

Descreve, seu moço, a mulher descontente
De ser objeto do macho e senhor
Descreve este sonho que levo na mente
De ser companheira no amor e na dor

Descreve do jeito que bem entender
Descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei amar
Que eu também sei lutar
Que meu nome é mulher


Fonte: https://www.letras.mus.br/padre-zezinho/1251612/ acesso em 04.03.24 às 15:11h


sábado, 17 de fevereiro de 2024

Efeitos do tabagismo no Sistema Imunológico podem durar anos, diz estudo

 Fumar tabaco é tão prejudicial ao corpo que altera o Sistema Imunológico de uma pessoa, a deixando vulnerável ao desenvolvimento de doenças e infecções, mesmo anos depois de ter parado de fumar. É o que aponta um novo estudo.

Embora as taxas de tabagismo tenham diminuído desde a década de 1960, o ato de fumar continua a ser a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos, causando mais de 480 mil mortes por ano.

Durante décadas, os profissionais da saúde alertam os fumantes sobre como esse hábito pode levar a problemas graves, como câncer no pulmão, ataques cardíacos ou AVC. Mas um estudo publicado nesta quarta-feira (14) na revista Nature oferece outra razão para deixar de fumar.

A pesquisa mostra como fumar diminui a capacidade do corpo de combater infecções imediatamente e ao longo do tempo, além de colocar as pessoas em risco diante de doenças crônicas que envolvem inflamação, como artrite reumatoide e lúpus.

“Pare de fumar o mais rápido possível”, alertou a coautora do estudo Violaine Saint-André, especialista em biologia computacional do Instituto Pasteur de Paris.

“A principal mensagem do nosso estudo, especialmente para os jovens, é que parece haver um impacto significativo na imunidade em longo prazo, algo para nunca começar a fumar”.

Os pesquisadores observaram amostras de sangue de um grupo de 1.000 pessoas saudáveis ​​entre 20 e 69 anos ao longo do tempo. O grupo foi dividido igualmente entre homens e mulheres.

Os pesquisadores queriam ver como 136 variáveis, incluindo estilo de vida, questões socioeconómicas e hábitos alimentares, bem como idade, sexo e genética, afetavam a resposta imunológica. Eles expuseram amostras de sangue a germes comuns, como a bactéria E. coli e o vírus da gripe, e mediram a resposta imunológica.

O índice de massa corporal e uma infecção latente causada pelo vírus do herpes tiveram o maior impacto, sendo o tabagismo a causa da maior mudança, apresentando quase o mesmo impacto na resposta imunológica do que fatores importantes como idade ou sexo. “É considerável”, disse Saint-André.

Quando os fumantes do estudo pararam, a sua resposta imunológica melhorou um nível, mas não se recuperou totalmente durante anos, de acordo com o coautor do estudo Darragh Duffy, que dirige a unidade de Imunologia Translacional do Instituto Pasteur.

“A boa notícia é que está começando a ser restaurado”, disse ele. “Nunca há um bom momento para começar a fumar, mas se você é fumante, o melhor momento para parar é agora.”

O estudo também descobriu que quanto mais alguém fumava, mais sua resposta imunológica mudava.

“Reduzir qualquer valor ainda é uma coisa boa em termos deste impacto”, disse Duffy.

O estudo descobriu que fumar parecia ter efeitos epigenéticos de longo prazo nas duas principais formas de proteção do Sistema Imunológico: a resposta inata e a resposta adaptativa. O efeito na resposta inata desaparece rapidamente quando alguém para de fumar, mas o efeito na resposta adaptativa persiste mesmo depois de parar de fumar.

A resposta imune inata é a maneira geral pela qual a pele, as membranas mucosas, as células do Sistema Imunológico e as proteínas combatem os germes. É um movimento rápido, mas é um instrumento contundente. Quando o corpo determina que a resposta inata não é suficientemente protetora, o Sistema Imunológico adaptativo entra em ação. É composto de anticorpos no sangue e outros fluidos corporais, linfócitos B e T, que podem “lembrar” uma ameaça e atacar melhor as ameaças que já foram vistas antes.

“A principal descoberta do nosso estudo é que fumar tem efeitos a curto prazo, mas também a longo prazo, na imunidade adaptativa associada às células B e às células T reguladoras e às alterações epigenéticas”, disse Saint-André.

A nova pesquisa, no entanto, tem algumas limitações. O experimento foi feito com amostras de sangue em laboratório, mas o Sistema Imunológico pode reagir de forma diferente na vida real. No entanto, os estudos de exposição humana ainda são relativamente limitados em tamanho em comparação com o que foram capazes de mostrar com uma grande recolha de amostras de sangue, de acordo com Duffy.

Yasmin Thanavala, professora de oncologia do Departamento de Imunologia do Roswell Park Cancer Institute, cuja pesquisa sobre a resposta imunológica ao tabagismo foi mencionada no novo estudo, disse que o trabalho foi “uma validação maravilhosa” do que sua pesquisa descobriu ao longo dos últimos anos.

A pesquisa de Thanavala expôs ratos à fumaça do tabaco em vez de sangue humano. Esses ratos eliminaram uma infecção bacteriana de forma menos eficiente e com uma resposta imunológica menos robusta do que os ratos que não foram expostos. As alterações nos pulmões diminuem, disse ela, mas “nunca desaparecem”.

Yasmin aponta uma limitação do novo estudo que espera que os pesquisadores resolvam no futuro: a homogeneidade dos participantes, que eram todos franceses e não tinham peso corporal elevado.

“Sabemos que muitas coisas, além do fumo, afetam a nossa resposta imunológica. Nossa base genética afeta nossa resposta imunológica. Há também evidências crescentes de que o nosso peso corporal, a obesidade, afeta a resposta imunológica”, disse Thanavala.

Albert Rizzo, diretor médico da Associação Médica Americana, disse que os médicos sabem há muito tempo que fumar causa inflamação nos pulmões, mas isso não explica todos os problemas do Sistema Imunológico.

Também parece explicar por que mesmo os fumantes que pararam de fumar podem desenvolver doenças como às pulmonares obstrutivas crônicas ou DPOC.

“Este estudo é útil porque nos diz o que sempre pensamos, mas agora começa a explicar o porquê”, disse Rizzo, que não esteve envolvido na pesquisa.

 FONTE: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/efeitos-do-tabagismo-no-sistema-imunologico-podem-durar-anos-diz-estudo/ ACESSO EM 17.02.2024 ÀS 11:50H

ESTIMATIVAS DE NOVOS CASOS DE CÂNCER

 São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Carga global de câncer aumenta em meio à crescente necessidade de serviços

 1 de fevereiro de 2024, Lyon, França; Genebra, Suíça - A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou as estimativas mais recentes da carga global de câncer. A OMS também publicou os resultados de uma pesquisa com 115 países, que mostra que a maioria deles não financia adequadamente os serviços prioritários de câncer e cuidados paliativos como parte da cobertura universal de saúde (UHC na sigla em inglês).

As estimativas da IARC, baseadas nas melhores fontes de dados disponíveis nos países em 2022, destacam o crescente ônus do câncer, o impacto desproporcional sobre as populações carentes e a necessidade urgente de abordar as desigualdades do câncer em todo o mundo.

Estima-se que houve 20 milhões de novos casos de câncer e 9,7 milhões de mortes em 2022. O número estimado de pessoas vivas dentro de 5 anos após o diagnóstico de câncer foi de 53,5 milhões. Cerca de 1 em cada 5 pessoas desenvolverá câncer durante a vida; cerca de 1 em cada 9 homens e 1 em cada 12 mulheres morrerão da doença.

A pesquisa global da OMS sobre UHC e câncer mostra que apenas 39% dos países participantes cobriram aspectos básicos do tratamento do câncer como parte de seus serviços básicos de saúde financiados para todos os cidadãos, ou seja, "pacotes de benefícios de saúde". Apenas 28% dos países participantes também cobriam o atendimento a pessoas que precisavam de cuidados paliativos, incluindo o alívio da dor em geral e não apenas a dor relacionada ao câncer.

Três principais tipos de câncer em 2022: câncer de pulmão, mama e colorretal

De acordo com novas estimativas disponíveis no Observatório Mundial do Câncer da IARC, 10 tipos de câncer juntos foram responsáveis por cerca de dois terços dos novos casos e mortes em todo o mundo em 2022. Os dados abrangem 185 países e 36 tipos de câncer.

O câncer de pulmão foi o câncer mais comum em todo o mundo, com 2,5 milhões de novos casos, representando 12,4% de todos os novos casos. O câncer de mama feminino ficou em segundo lugar (2,3 milhões de casos; 11,6%), seguido pelo câncer colorretal (1,9 milhão de casos; 9,6%), câncer de próstata (1,5 milhão de casos; 7,3%) e câncer de estômago (970 mil casos; 4,9%).

O câncer de pulmão foi a principal causa de mortes por câncer (1,8 milhão de mortes, representando 18,7% de todas as mortes por câncer), seguido pelo câncer colorretal (900 mil mortes; 9,3%), câncer de fígado (760 mil mortes; 7,8%), câncer de mama (670 mil mortes; 6,9%) e câncer de estômago (660 mil mortes; 6,8%). O ressurgimento do câncer de pulmão como o tipo mais frequente de câncer de pulmão provavelmente está relacionado à persistência do uso do tabaco na Ásia.

Houve algumas diferenças por sexo na incidência e na mortalidade em relação ao total global para ambos os sexos. Para as mulheres, o câncer mais comumente diagnosticado e a principal causa de morte por câncer, na grande maiotia dos países (157 de 185), foi o câncer de mama, enquanto para os homens foi o câncer de pulmão.

Nos homens, os cânceres de próstata e colorretal foram o segundo e o terceiro cânceres mais frequentes, enquanto os cânceres de fígado e colorretal foram a segunda e a terceira causas mais frequentes de mortes por câncer. Nas mulheres, os cânceres de pulmão e colorretal foram a segunda e a terceira causas mais comuns de novos casos e mortes.

O câncer do colo do útero foi o oitavo câncer mais comum em todo o mundo e a nona principal causa de morte por câncer, sendo responsável por 661.044 novos casos e 348.186 mortes. É o câncer mais comum em mulheres de 25 países, muitos dos quais estão na África Subsaariana. Mesmo reconhecendo níveis de incidência variáveis, o câncer do colo do útero pode ser eliminado como um problema de saúde pública, por meio da ampliação da Iniciativa de Eliminação do Câncer do Colo do Útero da OMS.

Desigualdade impressionante de câncer por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

As estimativas globais revelam desigualdades impressionantes na carga de câncer de acordo com o desenvolvimento humano. Isso é particularmente verdadeiro para o câncer de mama. Em países com um IDH muito alto, uma em cada 12 mulheres será diagnosticada com câncer de mama durante a vida e uma em cada 71 mulheres morrerá desse problema. Por outro lado, em países com IDH baixo, enquanto apenas uma em cada 27 mulheres é diagnosticada com câncer de mama ao longo da vida, uma em cada 48 mulheres morrerá desse problema.

"As mulheres de países com IDH mais baixo têm 50% menos probabilidade de serem diagnosticadas com câncer de mama do que as mulheres de países com IDH mais alto, mas correm um risco muito maior de morrer da doença devido ao diagnóstico tardio e ao acesso inadequado a um tratamento de qualidade", explica a Dra. Isabelle Soerjomataram, vice-diretora da Seção de Vigilância do Câncer da IARC.

A pesquisa global da OMS sobre pacotes de benefícios de saúde também revelou desigualdades globais significativas nos serviços de câncer. De acordo com os dados disponíveis, os serviços de câncer de pulmão tinham de 4 a 7 vezes mais probabilidade de serem incluídos em um pacote de benefícios de saúde em um país de alta renda do que em um país de baixa renda. Em média, os serviços de radioterapia tinham quatro vezes mais probabilidade de serem incluídos em um pacote de benefícios de saúde em um país de alta renda do que em um país de baixa renda. A maior disparidade para qualquer serviço foi no transplante de células-tronco, que tinha 12 vezes mais probabilidade de ser incluído em um pacote de benefícios de saúde em um país de alta renda do que em um país de baixa renda.

"A nova pesquisa global da OMS lança luz sobre as grandes desigualdades e a falta de proteção financeira para o câncer em todo o mundo, com populações, especialmente em países de baixa renda, incapazes de acessar os fundamentos do tratamento do câncer", disse o Bente Mikkelsen, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OMS. "A OMS, inclusive por meio de suas iniciativas contra o câncer, está trabalhando intensamente com mais de 75 governos para desenvolver, financiar e implementar políticas para promover o tratamento do câncer para todos. Para expandir esse trabalho, grandes investimentos são necessários para tratar das desigualdades globais nos resultados do câncer."

Aumento projetado na carga de câncer até 2050

A previsão é de mais de 35 milhões de novos casos de câncer em 2050, um aumento de 77% em relação aos 20 milhões de casos estimados em 2022. O rápido crescimento da carga global de câncer reflete o envelhecimento e o crescimento da população, bem como as mudanças na exposição das pessoas a fatores de risco, vários dos quais estão associados ao desenvolvimento socioeconômico. O tabaco, o álcool e a obesidade são os principais fatores por trás do aumento da incidência de câncer, sendo que a poluição do ar ainda é um dos principais fatores de risco ambiental.

Em termos de ônus absoluto, espera-se que os países com alto IDH apresentem o maior aumento na incidência, com 4,8 milhões de novos casos esperados em 2050 em comparação com as estimativas de 2022. Entretanto, o aumento proporcional na incidência é mais marcante em países com baixo IDH (aumento de 142%) e médio IDH (99%). Prevê-se também que a mortalidade por câncer nesses países quase dobre até 2050.

"O impacto desse aumento não será sentido igualmente em todos os países devido aos diferentes níveis de IDH. Aqueles com menos recursos para administrar a carga de câncer serão os mais afetados", afirma Freddie Bray, chefe da Seção de Vigilância do Câncer da IARC.

"Apesar dos avanços na detecção precoce do câncer, no tratamento e na assistência, há disparidades significativas nos resultados do tratamento do câncer não apenas entre regiões de alta renda e de baixa renda do mundo, mas também dentro dos países. O local onde uma pessoa vive não deve ser um fator determinante. Existem ferramentas que permitem que os governos priorizem o tratamento do câncer e garantam que todos tenham acesso a serviços acessíveis e de qualidade. Não se trata apenas de uma questão de recursos, mas de vontade política", afirma o Cary Adams, diretor da Union for International Cancer Control (UICC).

Nota aos editores

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) é a agência de câncer da Organização Mundial da Saúde. 

Fonte: https://www.paho.org/pt/noticias/1-2-2024-carga-global-cancer-aumenta-em-meio-crescente-necessidade-servicos acesso em 04.02.24 às 15:15h