sábado, 5 de setembro de 2020

Setembro Dourado: SBP publica nota especial sobre câncer infantojuvenil

 Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam a estimativa de 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenil para o ano de 2020 no Brasil. Para alertar sobre o problema e chamar a atenção para as medidas de prevenção, diagnóstico e melhor tratamento do câncer infantojuvenil, o Departamento Científico de Oncologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou o documento “Setembro Dourado: a SBP é parceira nesta causa”, em alusão ao mês dedicado ao tema.

No mundo, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) estima que 215 mil casos novos ao ano são diagnosticados em crianças menores de 15 anos, e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos. Além disso, assim, como nos países desenvolvidos, no Brasil o câncer representa a primeira causa de óbito por doença (8% do total), entre as crianças e adolescentes de um a 19 anos de idade. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) o número de mortes por câncer foi de 2.565 no ano de 2018, sendo 1.412 para o sexo masculino e 1.153 para o sexo feminino.

“Infelizmente, com base nos dados dos registros de câncer atualmente consolidados, muitos pacientes em nosso País ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença avançada. Neste contexto, é importante reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e na qualidade do tratamento e, assim, melhorar os resultados terapêuticos para todas as crianças, especialmente aquelas que vivem em países com recursos limitados”, enfatizam os especialistas do DC de Oncologia da SBP.

Segundo explicam os especialistas, o papel do pediatra é fundamental. “Seja na suspeita diagnóstica do câncer ou no encaminhamento precoce para os centros de referência oncológicos pediátricos, somos fundamentais neste processo. Por isso conclamo os colegas da especialidade a estarem alertas para darmos melhor chance de cura, de sobrevida e de qualidade de vida aos nossos pacientes”, enfatiza a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva.

Para ela, é de suma importância que o especialista saiba sobre os sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil, uma vez que são, geralmente, inespecíficos e que não raras vezes, a criança ou o adolescente podem ter o seu estado geral de saúde ainda não comprometido no início da doença.

Entre sinais e sintomas de alerta estão, a leucocoria; estrabismo, nistagmos que surgem repentinamente; fraturas, sem trauma; dor abdominal/massa abdominal; hematúria, hipertensão arterial inexplicadas por outras causas; hepatoesplenomegalia; sangramento vaginal; tosse seca e persistente, edema de face e turgência da jugular inexplicadas; entre outros.

TIPOS E RISCOS – Conforme explica o documento, as neoplasias malignas na criança tendem a apresentar menores períodos de latência, crescem quase sempre rapidamente, são geralmente invasivas e respondem melhor à quimioterapia. Os tipos histológicos mais frequentes na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.

Em relação ao que aumenta o risco de câncer infantojuvenil, até o momento não há evidências científicas que mostrem que fatores de risco relacionados ao estilo de vida (ambientais) tenham associação com a doença. Além disso, alterações genéticas que propiciem ao desenvolvimento de um determinado tipo de câncer na criança são muito raras.

Apesar da prevenção do câncer pediátrico raramente ser possível, a orientação em relação aos fatores de risco para a ocorrência do câncer na vida adulta pode e deve ser realizada pelo pediatra. “Em relação à orientação alimentar, o aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável, protegendo as mães contra o câncer de mama e as crianças contra obesidade infantil”, diz trecho do texto.

Além disso, o câncer na faixa etária pediátrica é raramente hereditário e na maioria dos casos não apresenta história familiar e/ou associações com alterações genéticas ou congênitas. Contudo, o retinoblastoma (tumor maligno intra-ocular) em 40% dos casos pode ser de origem genética, sendo, neste caso, importante o aconselhamento genético.

TRATAMENTO – Conforme explica a nota, o diagnóstico definitivo do câncer é fornecido pelo exame citológico ou histopatológico de uma amostra lesional ou tumoral obtida por meio de diversos procedimentos. O tratamento é iniciado após o diagnóstico correto.

“Neste contexto, é fundamental que o diagnóstico e tratamento sejam realizados em centro especializado em oncologia pediátrica, por equipe multiprofissional e individualizado para cada tipo histológico específico e de acordo com o estadiamento clínico da doença. Compreendem diversas modalidades terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou de órgãos”, destacam os especialistas do Departamento de Oncologia da SBP.  

Fonte: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/setembro-dourado-sbp-publica-nota-especial-sobre-cancer-infanto-juvenil/ acesso em 05.09.20 às 17:10hs

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