terça-feira, 10 de setembro de 2013

Médico deve esclarecer paciente oncológico para preservação da fertilidade antes do tratamento

Pacientes com diagnóstico de câncer devem ser alertados de que tratamento oncológico pode causar infertilidade
 
Tratamentos contra o câncer, como quimioterapia e radioterapia, podem atingir diretamente as funções reprodutivas de homens em mulheres e causar infertilidade. "Nos Estados Unidos, apenas 40% dos raditerapeutas, 45% dos clínicos e 46% dos cirurgiões encaminham com frequência seus pacientes à preservação da fertilidade de acordo com a American Society for Radiation Oncology, a ASTRO” observa Dr. Maurício Chehin, médico do Grupo Huntington especialista em preservação da fertilidade em pacientes oncológicos. No Brasil, esses números são ainda mais preocupantes. Estima-se que mais da metade dos pacientes desconhecem a possibilidade de preservar a fertilidade antes do tratamento oncológico.
 
"Quando comecei a quimioterapia os médicos não esclareceram qual seria o impacto do tratamento na minha fertilidade”, conta Flávia Flores idealizadora e escritora do blog Quimioterapia e Beleza. Por sorte, ela já tinha um filho, o que amenizou a notícia de que, por causa do tratamento, não conseguiria ser mãe novamente. A depender da intensidade e frequência do tratamento oncológico, o sistema reprodutivo pode ficar totalmente comprometido, sem possibilidade de reversão do quadro. 
 
"Torna-se imprescindível que o oncologista converse com seu paciente sobre as implicações que os tratamentos contra o câncer possam ocasionar em sua fertilidade futuramente. Os dois podem decidir qual a melhor alternativa” pondera Dr. Mauricio. Caso o paciente opte por preservar a fertilidade, o médico deverá indicar um especialista em reprodução humana para realizar o procedimento.
 
Os avanços da medicina têm ajudado aos pacientes com o diagnóstico precoce do câncer. Isso aumenta as chances de um tratamento efetivo contra a doença, e eleva as chances de cura. "Quando recebemos a notícia de um câncer, mesmo jovens, a última coisa que pensamos é em ter filhos. Mas depois, quando estamos recuperados, a vida pede atenção para as coisas que são comuns a ela. E se, de repente, percebo que quero um filho, e não posso porque o médico não avisou que, depois da quimioterapia, é extremamente difícil engravidar?”, se questiona Flávia Flores. Quando o paciente é acometido pelo câncer em idade reprodutiva e nunca teve filhos, a preservação da fertilidade pode ser de grande ajuda.
 
Através da vitrificação, congelamento em nitrogênio líquido à baixíssima temperatura, o paciente poderá ter seus óvulos ou espermatozoides preservados por tempo indeterminado. A tecnologia existente na medicina reprodutiva permite que o paciente inicie a preservação durante pouco tempo antes do início do tratamento oncológico. 
 
"No caso das mulheres, o procedimento é feito entre 10 e 15 dias antes do início da quimioterapia, e pode ser realizado em qualquer fase do ciclo sem que ela tenha que esperar a próxima menstruação. Para os homens, o processo é bem mais simples, são recolhidas e armazenadas de duas a três amostras de sêmen em um período máximo de cinco dias. Após a preservação, o paciente poderá iniciar imediatamente o tratamento oncológico”, esclarece o Dr. Mauricio.

Fonte: Segs in www.oncoguia.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário