segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Médico cria técnica de sobrevida a pacientes de câncer de colo do útero

O médico de Campinas (SP) especialista em Radioterapia Antonio Carlos Zuliani Oliveira desenvolveu uma técnica que aumenta a sobrevida de pacientes com câncer de colo do útero em estádio avançado. O estudo, defendido por ele como tese de doutorado na faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM), rendeu ao especialista o primeiro Prêmio Científico Internacional da American Society for Radiation Oncology (ASTRO) entregue a um brasileiro. O novo protocolo, elaborado a partir da pesquisa que durou dez anos - de 2003 a 2013 -, já é utilizado no Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O especialista explica que este tipo de câncer varia do grau 1 ao 4, conforme a gravidade. "O alvo do estudo foi as mulheres no estádio 3B da doença, quando ela ainda não afetou outros órgãos”, afirma. A pesquisa, inédita, associou a radioterapia com branquiterapia de alta dose e a quimioterapia de cisplatina no tratamento de 147 mulheres atendidas pelo Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Unicamp. "Tivemos melhora significativa de 10% das pacientes. Além de ter uma chance de cura considerável, o novo tratamento também ajuda a combater a reincidência da doença, tendo esse impacto na sobrevida da mulher”, explica.

Novo tratamento

Além de associar os três tipos de tratamento, o estudo propôs também um aumento na dose de radiação aplicada durante a branquiterapia ginecológica. No tratamento de baixa dose, aplicado antes do desenvolvimento da pesquisa, a paciente chegava a ficar internada de dois a três dias para receber a radiação no útero por meio do canal vaginal. "Era uma técnica que demorava muito, além de ser desconfortável, já que a paciente tinha que permanecer na mesma posição 72 horas, sem poder sentar ou se mexer”, conta. 

Com o tratamento de alta dose de branquiterapia, em que a radiação é aplicada em uma velocidade maior, o procedimento dura em torno de 40 minutos e tem os mesmos efeitos, segundo o médico. "É muito mais confortável e dá muito mais segurança para os médicos realizarem esse tratamento”, comenta.

Diagnóstico precoce

Segundo Zuliani, apesar do aumento na perspectiva da sobrevida, o diagnóstico precoce do câncer, por meio do exame de Papanicolau e da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), ainda é a melhor forma de lidar com a doença. "Quando o câncer é descoberto na etapa pré-cancerígena, o índice de cura chega próximo a 100%", diz.

A principal forma de transmissão da doença é por meio de relações sexuais sem camisinha. O exame de Papanicolau é indicado para toda mulher que tem ou já teve vida sexual ativa. Inicialmente, o teste é feito anualmente.

Fonte: Globo.com

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