O Câncer chegou, o que fazer?

Diante de um diagnóstico de câncer há um impacto muito grande na nossa vida. De repente os nossos planos parecem perder o brilho, os nossos valores, as nossas preocupações se alteram profundamente.
Assim, nossa prioridade passa a ser - após o impacto inicial, o tratamento.
Medicações, cuidados, horários, somos então levados a criar uma nova rotina.
Nesse momento para mim foi fundamental o apoio da família e dos amigos.
Li muita coisa sobre alimentação, perguntei muito aos profissionais de saúde e de repente minha vida se concentrou em cuidar do corpo e da mente. A fé foi fundamental. Creio que num momento de fragilidade como o do enfrentamento de um tratamento de câncer é fundamental ter uma crença. Quando não se caminha sozinha, toda estrada é mais curta e mais iluminada.
Falar da doença foi muito importante para mim, dividir com as pessoas essa situação me deu a sensação de tirar um peso das costas. Cada paciente reage de uma forma: há aqueles que se desesperam, há aqueles que nada falam, há aqueles que conseguem fazer graça, há os que tentam fugir da situação. No meu caso falar me ajudou, mesmo que alguns amigos, parentes e conhecidos tenham tido uma reação de fragilidade mas, ainda assim foi proveitoso. Quando alguém à sua volta, com quem você conta, não corresponde, pode ser uma motivação para uma reação nossa.
Assim, optei por fazer uma alimentação voltada para a melhor nutrição possível do meu corpo: alimentos integrais, frutas, verduras, legumes, tudo levando em conta o fortalecimento do organismo.
Intervalos menores entre as refeições, algumas vezes pequenas quantidades e evitei ao máximo açúcar refinado e farinha de trigo refinada. Acredito que me ajudou a fortalecer o corpo.
Comecei a ter mais atenção à respiração, passei a refletir sobre a vida, a natureza, os presentes gratuitos que Deus nos oferece e muitas vezes nem percebemos e me desafiei a cultivar bons pensamentos. Para tanto, tinha sempre uma imagem bonita, um refrão de uma música, algo de positivo para exercitar quando o desânimo, o pessimismo chegavam. E foi muito bom!
Não há receita para enfrentar momentos difíceis, cada um de nós encontra suas próprias soluções. Mas, sempre há um novo caminho. E sempre é bom termos em mente que não estamos sós! Massagem, relaxamento, exercícios de respiração, o que for possível e adequado deve ser feito!
E de tudo podemos tirar lições. Desde que a gente aprenda a se amar, é sempre possível lutar!
Não desista de viver, eu não desisti!

Sueli Dias