domingo, 17 de junho de 2018

É comum a imunidade cair durante o tratamento oncológico?

Alguns sintomas do tratamento quimioterápico são conhecidos pela maioria das pessoas porque são visíveis, como a queda de cabelo, mal-estar, cansaço e perda de peso. Entretanto, um dos efeitos “invisíveis” que mais atingem os pacientes e podem até mesmo atrapalhar o tratamento é a queda da imunidade, à qual damos o nome de neutropenia. Essa condição afeta 34% dos pacientes com câncer de mama e mais de 50% dos pacientes com linfoma.
A quimioterapia tem como função eliminar as células cancerígenas do organismo. Entretanto, ela também pode atingir as células sadias, inclusive as da medula óssea. Quando isso ocorre, há queda na produção de elementos do sangue, diminuindo os níveis de glóbulos brancos (soldados da linha de frente do nosso organismo na defesa contra infecções). O paciente adoece entre três e sete dias após o ciclo da químio. Muitas vezes é necessário interromper o tratamento para tratar a infecção e depois retornar ao tratamento.
Esse cenário pode ser muito danoso para o paciente porque, além de prejudicar a saúde, pode também atingir o seu emocional. “Ao começar a quimioterapia, o paciente já sabe quantas sessões precisará fazer e, com isso, imagina quando acabará. No momento em que se instala um quadro de neutropenia e precisamos adiar algumas sessões, pode ser bem difícil para o paciente aceitar”, afirma o professor associado de Hematologia do departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Angelo Maiolino.
Ainda segundo Maiolino, a neutropenia é perigosa por não apresentar sintomas nítidos. O oncologista normalmente descobre a doença apenas quando solicita um exame de sangue de rotina. O paciente com a doença apresenta contagem de leucócitos inferior a 500 neutrófilos/mm3. Nessa condição, para alguns pacientes até uma infecção comum (gripes e resfriados) pode se tornar grave (com desenvolvimento de pneumonia, por exemplo).
É importante ficar atento a alguns indícios, como febre elevada, calafrios ou transpiração, tosse ou dificuldade para respirar, diarreia, ardor ao urinar etc.
No dia a dia, o paciente em químio pode evitar a contaminação seguindo alguns cuidados simples, como lavar as mãos com frequência, evitar áreas de construção ou reforma, onde podem haver muitos fungos no ar, usar máscara ao sair de casa, evitar comer fora de casa e ficar longe de multidões. Se o paciente tiver conhecimento de que sua contagem de neutrófilos está abaixo de 500/mm3, é recomendável não ter relação sexual.
Existem formas de tratar o problema. “Atualmente, alguns medicamentos administrados em hospitais também estimulam a produção de glóbulos e são aplicados numa única injeção por ciclo de quimioterapia”, complementa Maiolino.
Fonte: https://www.vencerocancer.org.br/dia-a-dia-do-paciente/efeitos-colaterais/e-comum-a-imunidade-cair-durante-o-tratamento-oncologico/ acesso em 17.06.18 às 14:55hs

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