segunda-feira, 26 de novembro de 2018

COMO CADA UM ENCARA O TRATAMENTO DO CÂNCER

Interessante fazer esse retrospecto agora. O momento do diagnóstico para algumas pessoas é um momento em que há desespero, para outros, raiva, revolta e alguns dizem sentir indiferença.
Para mim foi um grande choque pelo medo que sentia da doença. Me senti num beco sem saída, ou melhor sabia que teria que enfrentar mas, estava sentindo muito medo do tratamento. Porque na verdade meu grande pavor não era exatamente o diagnóstico de câncer mas, a sensação de estar lutando contra um inimigo muito maior que eu.
Se as informações que você tem sobre o assunto são mais corretas, ótimo! Mas, se são fruto de experiências negativas, preconceitos, então estamos diante de um fermento a mais para o sofrer. E vamos tentar raciocinar! Nem todo mundo é racional! Quem é mais emotivo, mais sensível, nesses momentos de situações difíceis e inesperadas fica em desvantagem. É aí que se faz necessário o apoio profissional de um psicólogo, de amigos, familiares, de pessoas que possam te dar algum amparo, alguma segurança.
Mas nem sempre a gente encontra pessoas assim. Se ao nosso redor estão pessoas que se apavoram, pronto; você ou fica mais desestabilizado ou reage e tira forças do vazio, para poder sustentar os que estão ao seu redor.
Mas é claro que existem pessoas que reagem muito bem e passam essa prieira fase com uma certa calma.
É que cada pessoa reage de forma diferente.
 Mas analisando friamente, para muitos de nós, um diagnóstico e tratamento de câncer implica em muitas mudanças: eu precisei me afastar do trabalho, e eu gostava demais do meu ambiente profissional. Senti muita falta. A minha rotina passou a ser exames, clínicas, consultórios, nada dos locais que eu frequentava antes. Veio a cirurgia, depois a quimioterapia e a mudança no corpo, na aparência. Algumas pessoas se arrumam, se enfeitam,se produzem. Outras não se animam para tal. Mas a mudança na aparência é inegável. E é preciso aceitar! São aprendizados!
O estado emocional ajuda ou atrapalha. Os pensamentos, as atitudes podem contribuir  para a recuperação, ou não! E não podemos esquecer que nesse momento outros fatores interferem, inclusive o financeiro. As despesas aumentam e é preciso ter foco: pensar no que é essencial para aquele momento. Nesse contexto ter uma fé é muito importante. Nos fortalece e faz seguir com mais leveza nesse desafio.
É preciso afastar-se de problemas menores. notícias desnecessárias, pensamentos negativos e programas ruins. Há que se buscar uma diversão, uma alegria, uma doçura em meio as amarguras.
É um grande desafio nessa fase buscar e achar a serenidade. Poupar o corpo para que possa se fortalecer para ajudar no caminho da cura.
Para mim foi a época de resgate de alegrias antigas, de atividades de outrora esquecidas e que eram muito agradáveis. Afastar-se de pessoas negativas é muito importante, afinal precisamos do bem, da paz...
Quando tudo terminou, mal pude acreditar! Foram tantos dias diferentes, que já não poderia ser a mesma pessoa de antes. Tinha aprendido muitas lições sobre o que realmente era importante, urgente e prioritário. Tudo novo. Foi como se uma nova vida estivesse começando.
É hora de correr para o abraço! Obrigada vida!

Sueli Dias

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