domingo, 5 de junho de 2016

A importância da água para a saúde

Considerações sobre a importância da água para a vida
A água é a fonte da vida. Seja no nível das espécies ou no do indivíduo, a vida começa na água. Ao nascermos, 80% do nosso corpo é constituído de água e no cérebro essa proporção pode chegar a 90%! Num certo sentido, o envelhecimento parece ser um processo de “secagem” do organismo porque ao morrermos com idade avançada só 40% dele é água. A água faz mais falta ao organismo que o alimento. Um indivíduo pode sobreviver sem comer por um tempo muito maior do que sem beber água.
Funções orgânicas da água
No organismo, a água é solvente para várias substâncias, principalmente para os sais minerais. Por isso, é mais apropriado falar-se em equilíbrio hidroeletrolítico que simplesmente em equilíbrio hídrico, já que as alterações nas porcentagens da água são correlativas às alterações das concentrações minerais. A circulação, a digestão, a absorção e a excreção de várias substâncias são reguladas pela água. Em constante movimento de absorção e eliminação, ela hidrata, lubrifica estruturas orgânicas, regula a temperatura corporal, faz o transporte de nutrientes, elimina toxinas e repõe energias. Como a água é essencial à vida, quase todas as enfermidades se beneficiam de uma boa hidratação e sofrem os efeitos malévolos de uma hidratação deficiente.
As funções terapêuticas da água
Descontadas as crenças místicas sem bases científicas no poder da “cura pelas águas”, a água é um grande remédio. Antes do advento da síntese em grande escala das medicações, era comum o médico aconselhar a certos pacientes que passassem uma temporada numa “estação de águas”, como recurso terapêutico para muitas enfermidades. Na verdade, as fontes de água desses locais continham em solução sais minerais que atuavam favoravelmente em determinadas situações mórbidas. Ainda hoje em dia as soluções de sais minerais em água, os soros fisiológicos, são as medicações mais prescritas nos hospitais. Além disso, os balneários com seus banhos coletivos são uma prática que vem desde os romanos e que, de certa forma, está substituída ainda hoje pelas piscinas, banheiras e ofurôs. De fato, o banho tem várias aplicações terapêuticas e além de criar um estado de ânimo agradável ajuda a regular a temperatura corporal e tem um efeito relaxante muscular. Nos cálculos renais a água ajuda a diurese e facilita a eliminação deles; nas afecções inflamatórias broncopulmonares a água fluidifica o catarro e ajuda a expectoração; em muitas intoxicações a água acelera o processo de eliminação do tóxico. A imersão na água, usada na hidroterapiae na hidroginástica diminui o peso dos segmentos corporais e os atritos articulares dos exercícios, além de melhorar o equilíbrio. Tem-se ainda de considerar o fascínio exercido pela natação, sobretudo nas crianças. Subsidiariamente, a água contribui com a higiene corporal, tão importante para a manutenção da saúde.
Absorção e eliminação da água
O balanço hidroeletrolítico depende da captação e excreção de água e sais minerais. Toda água contida no organismo vem de fora e tem de ser ingerida ou administrada por via venosa. A água ingerida é fácil e quase totalmente absorvida e comendo qualquer alimento, principalmente frutas, chás, sucos, refrigerantes e sopas, o indivíduo está também ingerindo água, contida neles em grandes quantidades. Os principais eliminadores de água são os rins, através da urina, a pele através do suor e os pulmões, através da respiração. A saliva e as lágrimas também atuam nesse processo. As crianças, sobretudo as recém-nascidas, são mais sensíveis à desidratação, em virtude de terem um menor peso corporal e de terem uma maior percentagem de água em seu organismo. Pessoas idosas também são mais susceptíveis à desidratação porque têm menos sensibilidade à sede e retêm menos água que os jovens.
Causas e consequências da falta ou do excesso de água no organismo
Chama-se desidratação à situação em que o organismo retém uma quantidade de água menor do que seria normal. Ela pode ser classificada como leve, moderada ou grave. As causas mais comuns da desidratação são a privação ou as perdas excessivas de água, como acontece se o indivíduo urina em excesso, no diabetes não controlado; nos indivíduos que tomam diuréticos inadequadamente; nas diarreias ou vômitos abundantes; nas grandes queimaduras e no excesso de suor quando o indivíduo é submetido a altas temperaturas ambientais ou a surtos febris intensos.
O excesso de água no organismo é chamado de intoxicação pela água ou hiper-hidratação. A hiper-hidratação ocorre quando a ingestão de água é maior que a sua eliminação, o que geralmente acontece por uma eliminação deficiente, uma vez que a quantidade de água que um indivíduo normal bebe por dia dificilmente excede a sua capacidade de excreção. Este excesso de água no organismo provoca uma diluição excessiva do sódio e de outras substâncias presentes na corrente sanguínea. Esse déficit de eliminação de água e sais minerais em geral se deve a uma queda de filtração renal e da fabricação da urina, como acontece nas doenças renais, cardíacas ou hepáticas. O órgão que primeiro sofre os efeitos da hiper-hidratação é o cérebro e se ela se instala repentinamente o paciente pode manifestar confusão mental, convulsões e coma.
Como tratar a desidratação e a hiper-hidratação?
desidratação leve pode ser corrigida por uma medida simples: beber mais água ou, em crianças muito pequenas, mais leite materno. Beber água regularmente, mesmo sem sentir sede, é um hábito saudável. Afinal, a sede só se sente quando a água já está faltando! Mas por vezes, em casos mais graves, a água e os sais minerais têm de ser infundidos sob a forma de soro, por via endovenosa, geralmente em unidades de saúde. Se a desidratação for apenas moderada esse soro pode ser fabricado e administrado oralmente, em casa.
Embora o tratamento da hiper-hidratação dependa em parte da sua causa, em geral deve-se restringir o consumo de líquidos. Os médicos costumam prescrever diuréticos, mas eles são mais úteis no tratamento do excesso de volume sanguíneo circulante que na hiper-hidratação propriamente. Na hiper-hidratação a água em excesso se acumula no interior das células e não produz acúmulo de líquido, sendo pouco atingida pelos diuréticos.
Quais são os principais sinais e sintomas da falta ou do excesso de água no organismo?
Uma pessoa desidratada mostrará baixa pressão sanguínea, aumento da frequência cardíaca, pele pegajosa, urinamuito concentrada, mucosas ressecadas, olhos afundados e ressequidos em virtude da diminuição das lágrimas, diminuição da sudorese e, nos bebês, a moleira afundada. Outros sintomas podem ser dores de cabeça, sonolência,tonturas, fraqueza, cansaço, confusão mental e choque e, por fim, perda de consciência, convulsões, coma e morte. Mesmo uma desidratação imperceptível pode gerar problemas de cólicas, flatulência, gases, prisão de ventre e outros sintomas.
Os sintomas da hiper-hidratação podem ser confundidos com os sintomas da desidratação e são letargia, confusão, agitação e convulsões.
O que mostra o laboratório?
Na desidratação, os exames de laboratório mostrarão níveis sanguíneos de sódio, potássio e bicarbonato aumentados, elevação da densidade urinária específica, do nitrogênio ureico sanguíneo e da creatinina. O hemograma mostrará sinais de concentração do sangue. Se houver suspeita de diabetes, deve-se proceder a dosagem de glicose (glicemia). Na hiper-hidratação, ao contrário, ocorrerá uma diluição de todos esses elementos. 
ABCMED, 2014. A importância da água para a saúde. Disponível em: . Acesso em: 5 jun. 2016.

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