sexta-feira, 31 de março de 2017

MEDOS E SONHOS DAS MULHERES

Grupo Se Toque atendeu 450 mulheres e mapeou medos e sonhos das itabunenses no 08 de Março

Encerrando a programação de atividades em homenagem ao mês da mulher, o Grupo Se Toque realizou uma Ação Social na manhã do dia 08 de março, na Praça Olinto Leoni, no centro de Itabuna. Foram oferecidos serviços de orientação em saúde, através de uma equipe multidisciplinar, aos quais 450 mulheres receberam atendimentos. Além do serviço oferecido ao público foi realizada uma enquete com as mulheres para identificar, no contexto atual, dois grandes sentimentos: seus medos e seus sonhos.
De acordo com Sueli Dias, coordenadora do Se Toque, a enquete ofereceu a oportunidade de compreender um pouco da vida dessas pessoas, com idade entre 28 e 84 anos, que expuseram um pouco de sua existência. Ela explica que apesar do avanço das leis protetivas da mulher,  a ocorrência diária de casos de desrespeito  gera medo, limitando a vida de muitas mulheres e de seus filhos; resultando algumas vezes em grandes tragédias. Por isso, as respostas dessa pequena amostra confirmam o retrato da sociedade em que vivemos, onde os maiores medos são da violência, de doenças e perda de familiares. Houve relatos ainda de medos comuns a todos os seres humanos como  solidão, morte, velhice, traição, escuro, multidão e destruição do mundo.
Com relação ao grande sonho das mulheres, a pesquisa mostrou que em sua maioria o retrato de desejos básicos são: ter saúde,  ter casa própria e ter paz. Poucas pessoas se referiram a realizações pessoais como viajar, ter um carro,  ter um emprego fixo,   casar ou aposentar. Outros  desejos ainda dizem respeito   às conquistas dos familiares: educação ou emprego para filhos e netos e melhoria do ambiente onde vivem.
“Em sua maioria os medos e os sonhos relatados na enquete dizem respeito a questões de políticas públicas do País: a insegurança pública, a  precariedade dos serviços de saúde, o desemprego a falta de perspectivas e oportunidades para os jovens. São situações que modelam e direcionam nossas expectativas em relação ao que queremos ser e ao que conseguiremos alcançar”, relatou Sueli.
Ela lembra ainda que a literatura fala que o medo se forma a partir de crenças e de situações hipotéticas criadas pelo cérebro mas, no contexto atual,  a realidade tem sido muito dura e tem limitado a capacidade das pessoas de superar obstáculos.  “As limitações não são apenas psicológicas mas fruto de vivências e sofrimentos enfrentados diariamente  em nosso ambiente e muitas vezes até banalizados pela sociedade”, comentou.

De acordo com a pesquisa, as mulheres não estão buscando beleza ou prazer, estão apenas tentando sobreviver. Querem  apenas viver e proteger suas famílias, ter um teto, um trabalho, o mínimo de amparo para não terem uma existência limitada.  São mulheres que já abriram mão de sonhos grandiosos é o pouco que lhes resta não pode ser tirado. “Precisamos de uma sociedade solidária, cooperativa, que permita o desenvolvimento pleno de todos os seres humanos”, afirmou a coordenadora ressaltando que paralelo à responsabilidade dos entes públicos há a tarefa de cada indivíduo no sentido de despertar para um novo olhar, um novo agir visando a mudança de mentalidade e comportamento para que se possa mudar a cultura bizarra do desrespeito e produzir gerações mais civilizadas. 

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