terça-feira, 4 de abril de 2017

INCA alerta para alimentos ultraprocessados e mostra como os consumidores podem se proteger

31/03/2017 - O incentivo para se voltar a cozinhar em casa, como uma tarefa da família, faz parte das ações e políticas intersetoriais para frear a epidemia de sobrepeso e obesidade que vem afetando a população em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O principal benefício é o acesso à comida de verdade e mais saudável, reduzindo o desequilíbrio entre calorias consumidas e calorias gastas, prevenindo vários tipos de câncer.
Esse foi o tema central do seminário em celebração ao Dia Nacional da Saúde e Nutrição, 31 de março, promovido pelo INCA. Além de apresentações técnicas, o encontro contou com a presença da chef Rita Lobo, que falou de uma forma simples como comer de forma saudável. Ela fez questão de dizer que consumir alimentos diet e light não é o caminho para ter uma alimentação saudável e sim comer comida de verdade, como arroz e feijão. “As pessoas me perguntam muito no Twitter: ‘O que devo comer para emagrecer?’. E eu respondo: ‘Menos’."
O evento foi organizado pela Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, que está completando 10 anos. Na ocasião foi lançado um vídeo sobre obesidade infantil.
O médico Carlos Augusto Monteiro explicou de forma bem didática o que são os alimentos ultraprocessados, que, na verdade, nem deveriam ser chamados de alimentos: são produtos para comer que têm uma quantidade mínima de alimentos e uma quantidade enorme de aditivos, como saborizantes, espessantes, emulsificantes etc para dar aparência, textura e gosto de comida a essas misturas. Eles foram criados para substituir os alimentos naturais, que devem ser a base da alimentação.
Uma dica do médico foi olhar a lista de ingredientes: os ultraprocessados são compostos por pelo menos meia dezena de itens, a maioria que ninguém tem na sua cozinha. Outra forma fácil de identificar os ultraprocessados é pensar em produtos que podem ser consumidos a qualquer hora e lugar, pois já vêm prontos, como bebidas açucaradas e salgadinhos. “São produtos que podem ser comidos enquanto se faz outra atividade", disse, exibindo fotos de pessoas comendo e dirigindo ao mesmo tempo.
O assessor regional de Nutrição e Atividades Físicas da Opas, Fabio Gomes, chamou a atenção para a importância da diversidade no campo para que os alimentos possam manter sua gama de micronutrientes. “Se você pegar uma planta saudável como a quinoa e tirá-la do seu habitat, ela vai deixar de expressar seus benefícios. Quanto maior a área de plantio de uma cultura, menor a quantidade de micronutrientes", destacou.
Fabio também frisou a importância da regulação da publicidade do setor, não só para produtos destinados a crianças. “O Chile foi o primeiro país da América Latina a banir personagens infantis das embalagens de cereais destinados a esse público", citou.
Também fizeram palestras o coordenador de Assistência do INCA, Gélcio Mendes, que falou da relação entre obesidade e tratamento do câncer; Bruna Pitasi, nutricionista da Coordenação-geral de Alimentação e Nutrição da SAS/MS e Inês Rugani Ribeiro de Castro, professora de Nutrição da Uerj e coordenadora do Núcleo de Alimentação e Nutrição em Políticas Públicas da universidade. Para esta última, “para comer a comida de verdade é preciso conhecer a verdade sobre a comida".
(Matéria atualizada em 04/04/2017)
Fonte: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2017/inca_alerta_para_alimentos_ultraprocessados_e_mostra_como_os_consumidores_podem_se_proteger acesso em 04/04/17 às 13;39h

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