sexta-feira, 7 de junho de 2013

ALIMENTAÇÃO DURANTE O TRATAMENTO DO CÂNCER

Os efeitos colaterais do tratamento do câncer variam
de um paciente para outro. A parte do corpo que está
sendo tratada, a duração do tratamento e a dose usada
também determinam a ocorrência ou não de efeitos
colaterais. Pergunte ao médico de que modo o tratamento poderá afetá-lo.
A boa notícia é que apenas um terço dos pacientes que
passam por tratamento do câncer apresenta efeitos
colaterais, a maioria dos quais desaparece com o fim do
tratamento. Seu médico tentará planejar um tratamento que não provoque efeitos colaterais.
O tratamento do câncer também pode afetar seus há-
bitos alimentares de outra maneira. Algumas pessoas,
quando estão transtornadas, preocupadas ou com medo,
podem ter problemas alimentares. A perda do apetite e
a náusea são duas reações normais ao nervosismo ou ao
medo. Esses problemas devem durar pouco tempo.
Enquanto você estiver no hospital, o pessoal ligado ao
setor de alimentação ou nutrição, incluindo o
nutricionista, poderá ajudá-lo a planejar sua dieta.
 Também poderá ajudá-lo a resolver seus problemas físicos
ou emocionais ligados à alimentação. Não hesite em
falar com essas pessoas sobre os problemas que surjam
durante a fase de convalescença. Pergunte-lhes também
o que funcionou com os outros pacientes.
Não tenha medo de comer. Nem todas as pessoas têm
problemas com a alimentação durante o tratamento do
câncer, e, mesmo para as que têm, em certos dias comer
é um grande prazer.

A perda ou a falta de apetite é um dos problemas mais
comuns do câncer e do seu tratamento. Muitas coisas afetam o apetite, inclusive o mal-estar (náusea, vômito) e o
fato de sentir-se transtornado ou deprimido por ter câncer. A pessoa que tem essas sensações, sejam elas físicas ou
emocionais, pode perder o interesse por comer. As seguintes sugestões podem ajudar a tornar mais agradável a hora
das refeições para que você tenha mais vontade de comer:
• Mantenha a calma, especialmente na hora das
refeições. Não coma com pressa.
• Ocupe-se com o maior número possível de atividades
normais. No entanto, se não estiver com vontade e não
quiser participar delas, não se sinta obrigado a isso.
• Tente mudar a hora, o lugar e o ambiente onde come.
Um jantar à luz de velas pode tornar a refeição mais
atraente. Ponha uma mesa colorida, ouça música suave
enquanto come. Coma com outras pessoas ou fique
 assistindo ao seu programa de TV favorito durante a refeição.
• Coma sempre que tiver fome. O número de refeições
do dia não precisa ser exatamente as três principais.
Várias pequenas refeições ao longo do dia podem até
dar melhores resultados.
A radioterapia, os medicamentos contra o câncer e as
infecções freqüentemente produzem sensibilidade na
boca ou nas gengivas e dor de garganta ou no esôfago. Se
você tiver dor na boca ou nas gengivas, procure o médico para ter certeza de que se trata de um efeito colateral
do tratamento, e não de um problema dentário sem relação com ele. O médico lhe dará um medicamento capaz de controlar esse tipo de dor. O dentista também
poderá dar-lhe dicas sobre higiene bucal.
Certos alimentos irritam ainda mais a boca que já esteja
sensível, dificultando a mastigação e a deglutição. A
escolha correta do alimento e a adoção de cuidados
especiais com a boca podem facilitar o ato de comer.
Aqui vão algumas sugestões que podem ser úteis:
• Dê preferência a alimentos fáceis de mastigar e engolir como:
- Milk-shakes;
- Bananas, purê de maçã e outras frutas tenras;
- Calda de pêssego, pêra e damasco;
- Melancia;
- Queijo cottage;
- Purê de batatas, macarrão e queijo;
- Cremes, pudins e gelatina;
- Ovos mexidos;
- Mingau de aveia ou outros cereais pré-cozidos;
- Legumes amassados, como ervilhas e cenouras
 (purê);
- Carnes moídas;
- Líquidos.20
• Evite alimentos que possam irritar a boca, tais como:
- Frutos cítricos e seus sucos: laranja, tangerina,
 toronja, etc;
- Alimentos condimentados ou salgados;
- Alimentos duros, ásperos ou secos, como legu-
 mes crus, granola, torradas, biscoitos.
• Cozinhe os alimentos até que fiquem pastosos
e tenros.
• Corte tudo em pedaços pequenos.
• Misture os alimentos com manteiga, molhos e caldas
para facilitar a deglutição.
• Use liquidificador ou processador para fazer purês.
• Use canudinho para beber líquidos.
• Experimente comer os alimentos frios ou na temperatura ambiente. A comida quente pode irritar a boca e a
garganta que já estejam sensíveis.
• Se a deglutição for difícil, inclinar a cabeça para trás ou
para a frente pode ajudar.
• Se houver azia, tente ficar sentado ou em pé por cerca
de uma hora após a refeição.
• Se os dentes e as gengivas estiverem sensíveis, o dentista poderá recomendar algum produto especial para a
higiene bucal.
• Enxágüe a boca com freqüência para retirar alimentos
e bactérias e para facilitar a regeneração dos tecidos.
• Fale com o médico sobre pastilhas e aerossóis anestésicos que possam sensibilizar a boca e a garganta pelo
tempo de uma refeição.21
Mudança nas sensações de olfato e paladar
As sensações de olfato e paladar podem mudar durante o
período de doença ou tratamento. Devido a uma condi-
ção a que se dá o nome de ageusia (perda ou enfraquecimento
da sensação gustativa), os alimentos podem parecer ter gosto
 amargo ou metálico, especialmente a carne
ou outros alimentos ricos em proteínas. Outros parecerão
ter menos sabor. A quimioterapia, a radioterapia ou o pró-
prio câncer podem causar esses problemas. Os problemas
dentários também podem mudar o sabor dos alimentos.
Na maioria dos casos, esse tipo de alteração gustativa e
olfativa desaparece com o término do tratamento.
Não há um modo infalível de melhorar o sabor e o cheiro
 dos alimentos, porque cada pessoa é afetada de uma
maneira diferente pela doença e por seus tratamentos.

Retirado do Manual "Uma boa alimentação durante o tratamento do câncer"
http://www.oncologiafrancobrasileira.com/beta/br/web/pdf/livro_nutricao.pdf

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